A Google está remodelando seu mecanismo de busca, integrando a inteligência artificial (IA) em todos os níveis. Mas a empresa também está voltando ao básico: a Google está lançando pesquisas na “web”, que permitirá que você obtenha os resultados de busca de uma pesquisa na internet padrão.
O que isso significa? Bem, imagine uma busca na web clássica, com resultados simples – links e texto, basicamente -, sem os diversos blocos de conteúdo que costumam aparecer nas páginas de busca.
Para “voltar às raízes” do que antes era um mecanismo de busca na web, o usuário deverá clicar no novo filtro “Web” que aparece em conjunto com os filtros usuais, como “Vídeos”, “Imagens”, “Mapas” e “Compras” (mas, em testes, ele só foi visto na seção “Mais”).

Com o novo filtro “Web”, os resultados serão parecidos com os do Google antigo. Você recebe 10 links azuis e pronto, com todo o resto (Google Maps, caixas de informações de resposta, etc.) desativado.
A empresa confirmou ao The Verge que a aba de pesquisa na “web” também bloqueará as novas “Visões gerais de IA”, que mostra um resumo gerado por Inteligência Artificial (IA) no topo de muito de seus resultados de busca por padrão.
O Google diz que o filtro da Web pode aparecer na barra de guias principal dependendo da consulta. Aparentemente em alguns momentos não é apropriado a opção.
Por que essa mudança de voltar para o básico? Às vezes, os usuários simplesmente querem acessar um site, sem filtros ou resumos automáticos. É aí que entra o filtro “Web”, oferecendo uma experiência de busca mais direta e sem firulas.
Google movido a IA
Há um ano, a Google disse acreditar que a IA era o futuro das pesquisas, parece que esse futuro chegou. A Google está embarcando em uma missão para impregnar cada aspecto do processo de busca com IA, desde a categorização automática até a personalização de resultados.
“[Com a] IA generativa, a Pesquisa pode fazer mais do que você jamais imaginou”, escreveu Liz Reid, vice-presidente de pesquisa do Google, em uma postagem no blog da empresa. “Assim, você pode perguntar o que estiver em sua mente ou o que precisar ser feito – desde a pesquisa até o planejamento e o brainstorming – e o Google cuidará do trabalho braçal.”
O recurso ‘Visões gerais de IA’ na pesquisa da Google com um resumo gerado por IA no topo dos resultados de busca é apenas o começo de como a IA está mudando a pesquisa.
O Google diz que as visões gerais da IA estão sendo lançadas para “centenas de milhões de usuários” esta semana, com “mais de um bilhão de pessoas” vendo o recurso até o final do ano, à medida que o Google expande a visão geral da IA para mais países.
Com um pequeno resumo da pesquisa personalizado gerado por IA, é difícil de acreditar que os usuários decidirão acessar o site que serviu de fonte para este resumo. Mas a Google afirma que “os links incluídos nas visões gerais de IA recebem mais cliques do que se a página tivesse aparecido como uma listagem tradicional da web para essa consulta”.
Nem toda pesquisa precisa de IA
Gemini está sendo usado para projetar e preencher a página de resultados. Porém, nem toda pesquisa precisa de tanta IA e nem toda pesquisa a conseguirá, diz Reid ao The Verge. Ela explica que se um usuário deseja apenas acessar um site, “não é realmente benéfico adicionar IA”. Reid explica que acredita que o Gemini pode ser mais útil em situações mais complexas.
A combinação da antiga ferramenta de pesquisa do Google e a nova é fundamental para os desenvolvedores da Google. Algumas coisas na pesquisa são um problema resolvido, como resultados esportivos: “Se você realmente quer o placar, o produto funciona muito bem”, diz Reid.
Obter bons dados é o jogo principal para o Google e qualquer outro mecanismo de pesquisa. Parte do ímpeto para a criação do novo modelo Gemini específico de pesquisa, Reid disse, foi concentrá-lo em fazer as coisas certas. “Há um equilíbrio entre criatividade e factualidade” em qualquer modelo de linguagem, diz ela. “Nós realmente vamos levar isso para o lado da factualidade.”