A sequência de “Paddington” sobreviveu ao teste do tempo, muito disso devido à sua notável e inegável qualidade; “Paddington 2” por muito tempo liderou a lista dos melhores filmes de todos os tempos do Rotten Tomatoes com uma pontuação perfeita de 100%, mas, como relatado pelo THR, para desgosto dos fãs do ursinho de pelúcia falante, o longa não detêm mais o título de “o melhor filme de todos os tempos”.
O filme de 2017 em que um urso comedor de marmelada tenta dar um presente pelo 100º aniversário de sua tia, só teve seu status máximo desde abril, quando uma crítica negativa desenterrada de “Cidadão Kane” tirou o filme do primeiro lugar, deixando o topo para “Paddington 2”.
A crítica que derrubou a pontuação perfeita de “Paddington 2” até parece escrita por um troll raivoso, visivelmente chateado que o filme não atendeu às expectativas que ele mesmo criou com base em suas memórias de infância. Mesmo que 245 outras críticas no Rotten Tomatoes sejam imensamente ótimas, o desdém ao ótimo filme foi o suficiente para tirá-lo do topo dos melhores filmes de todos os tempos.

Eddie Harrison, do Film Authority, que cresceu ouvindo as histórias de Michael Bond sobre Paddington e achava que o filme não fazia justiça às suas memórias de infância fez uma nova crítica três anos e meio depois do lançamento do divertido longa e ele não tem remorsos. “Eu fiz uma avaliação negativa de ‘Paddington 2’ para a BBC Radio no lançamento em 2017, e em várias ocasiões depois disso, e mantenho cada palavra de minha crítica”, escreveu Harrison.
Sua crítica ao filme inclui coisas como comparar Ben Wishaw (que faz a voz de Paddington) como “um membro de alguma banda de indie-pop voltando de uma crise agonizante de cetamina” e que o próprio urso tinha “olhos perversos e redondos e pele esfarrapada”. Nesse ponto a gente não tem total certeza se Harrison assistiu ao mesmo filme que todos nós.
Sua métrica para a crítica é: não é igual ao personagem que lia quando criança. Tanto que, em certo ponto, ele diz que o urso “de aparência horrível” tem pouca relação com o personagem original e termina dizendo que a representação de Paddington no filme “não é o urso Paddington da sua mamãe, e também não será seu”.
Se seus argumentos são válidos e/ou suficientes para fazer uma crítica sobre o filme e sua história, isso levanta sérias dúvidas. Seja como for, agora “Paddington 2” detém míseros 99% de aprovação da crítica. Uma boa crítica desenterrada pode colocá-lo de volta? Improvável, mas quem assumirá a liderança será outra sequência infantil: “Toy Story 2”, da Pixar.
Conhecendo Paddington, os fãs sabem que provavelmente ele apenas tomaria um pouco mais de marmelada e talvez até assistiria “Toy Story 2” e seria extremamente gentil com o sr. Harrison, mesmo depois de sua malvada crítica.
Claro, também deve ser notado que a métrica para classificar um filme como “o melhor”, no entanto, é um tanto diferente; sim, é determinado pelo filme que tem uma classificação de 100% com mais resenhas, mas o Rotten Tomatoes nem usa totalmente essa métrica para compilar sua lista de melhores avaliações, usando uma “pontuação ajustada” com base em um algoritmo secreto e avançado.
Conforme explica o Hollywood Reporter, essa “é apenas uma maneira de interpretar dados imperfeitos em um site de agregação imperfeito em um mundo imperfeito enquanto as pessoas tentam encontrar algum significado para suas vidas – não totalmente diferente de um urso em busca do presente certo para o aniversário de sua tia”.
Dirigido por Paul King, o aclamado longa de 2017 encontrou Paddington, agora estabelecido como membro da família Brown e da comunidade local, espalhando “alegria e geleia onde quer que vá”, e ele até acha um presente perfeito para o aniversário de 100 anos de sua amada tia ursa, que é um livro pop-up com os principais locais de Londres, que ela nunca pode visitar. Mas, na medida que existe um mas, “quando um ladrão rouba o livro, Paddington embarca em uma jornada épica para desmascarar o culpado” antes que seja tarde demais.