A Intel continua enfrentando dificuldades em um processo de fabricação de chips crucial para seu futuro. De acordo com a Reuters, o processo 18A da empresa ainda apresenta baixos rendimentos e altas taxas de defeitos, apesar dos bilhões de dólares investidos.
Essa não é a primeira vez que surgem notícias sobre dificuldades no processo de fabricação do 18A. No ano passado, um relatório afirmou que a Broadcom estava insatisfeita com os resultados de um teste para um possível pedido. No entanto, a Intel havia insistido na época que o 18A estava a caminho de produzir seus próximos chips Panther Lake em larga escala ainda este ano.
“Nossa trajetória de desempenho e rendimento nos dá confiança de que este será um lançamento bem-sucedido que fortalecerá ainda mais a posição da Intel no mercado de notebooks”, afirmou a empresa no mês passado.
Normalmente, a Intel busca um rendimento de pelo menos 50% dos chips utilizáveis antes de aumentar a produção. A empresa supostamente obtém a maior parte de seu lucro após atingir 70% a 80%. No entanto, no ano passado, os chips Panther Lake utilizáveis da 18A atingiram apenas o limite de 5%, abaixo da meta de 10%.
O novo relatório da Reuters não informa o rendimento atual da 18A, descrevendo-o apenas como uma pequena porcentagem. Ainda assim, um porta-voz da Intel afirmou ao Engadget estar satisfeito com o estado atual do processo, garantindo que ele será a base de “várias gerações de produtos”.
Essa situação representa um desafio significativo para a Intel, que depositou grandes esperanças no 18A para ganhar terreno sobre a TSMC, sua principal concorrente. O processo combina mudanças de fabricação com um design de transistor de última geração, em um cronograma classificado como “agressivo”.
Um bom desempenho do 18A também ajudaria a atrair negócios para o futuro processo 14A da Intel. Recentemente, a empresa alertou os investidores de que poderia ter que abandonar completamente a fabricação de chips se não conseguisse contratos para o 14A.
Além das dificuldades técnicas, a Intel enfrenta outras pressões. Recentemente, confirmou que cortaria cerca de 20% de sua força de trabalho até o final deste ano, após 20 mil demissões entre junho de 2024 e julho de 2025. A empresa também contratou um novo CEO no início deste ano, na tentativa de consertar a situação.