Por que é tão importante que Themyscira apareça em “Mulher-Maravilha 1984”

Por Redação Categoria Nerd
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Quando “Mulher-Maravilha 1984” inicia, o épico de super-heróis abre com um cenário impressionante de Themyscira, a ilha das amazonas que é o lar de Diana Prince. Lá está acontecendo uma versão dos jogos olímpicos das amazonas, onde vemos as mais rápidas e aptas competirem em um evento que inclui habilidades de acrobacias e agilidade, equitação e pontaria.

Mesmo sendo apenas uma criança, uma pequena Diana compete e parece ter uma chance razoável de vencer. Isso, até que ela perca a concentração, caia do cavalo e tente arrumar um jeitinho para conseguir a vitória. Mas sua tia Antíope (Robin Wright) a impede, ensinando Diana que “nada de bom nasce da mentira, e a grandeza não é o que você pensa”.

Esse flashback eletrizante é incrivelmente importante para a narrativa e os temas apresentados ao longo do filme. A sequência épica de Themiscyra vista no início do filme fornece um contexto importante sobre a criação de Diana para o que irá acontecer em “Mulher-Maravilha 1984”.

Patty Jenkins, contou em uma entrevista com o Den of Geek, que inicialmente não tinha planejado incluir uma cena de Themyscira na sequência do filme de super-heróis, mas que isso acabou sendo inserido na história do longa quando ela percebeu que isso era necessário a partir de uma perspectiva prática.

“Acabei percebendo que tínhamos que tê-los no segundo filme quando percebi que muitas e muitas pessoas assistem a um segundo filme sem ter visto o primeiro”, explica Jenkins. “Então eu pensei, ‘Oh sim, se você não tivesse visto o primeiro filme, você não entende quem ela é e que ela vem de uma terra mítica, você ficaria muito confuso com o que estava acontecendo’. E adoro o fato de que há uma lição que ela precisa aprender e que ainda não aprendeu, como é verdade para todos nós”.

“Acho que [Themyscira é] celestial e parece tão sobrenatural”, acrescenta Gal Gadot, sobre a popularidade do cenário entre os fãs. “Mas é também o contexto de tudo. Acho que é isso que o torna tão profundo e forte”.

Contextualizar a educação de Diana tem significado narrativo no passado para aqueles que não viram o primeiro filme, mas vai além disso, dando um contexto para temas que serão abordados dentro do próprio filme, incluindo no arco de Barbara Minerva (Kristen Wiig), e como ela se compara e se diferencia de Diana.

Enquanto Barbara cresceu no mundo dos mortais, sem nenhum superpoder, sendo constantemente ignorada e rejeitada; Diana, por sua vez, além de ter seus próprios superpoderes cresceu longe dos problemas do mundo dos homens e também é filha da Rainha Hipólita, então é seguro dizer que ela tem privilégios que outros não têm.

O desejo de Bárbara é ser forte, sexy, descolada e especial – características essas que vêm naturalmente para Diana. Sim, Diana tem superforça, mas conceitos como ser “sexy”, “legal” e “especial” não se encaixam. Diana é linda, mas Bárbara também é da sua própria maneira, e depois que seu desejo é atendido, ela não parece tão diferente – ela apenas de repente tem uma confiança que não tinha antes. 

Mesmo que não vemos como foi a infância de Barbara, os traumas e dificuldades que ela enfrenta ficam suficientemente claros, mostrando o quão vulnerável ela se sente antes de ter seu desejo atendido; Ela recorrentemente é esquecida e ignorada por quase todos, o que deixa evidente por que ela internalizou esses sentimentos de que não é especial, sexy ou descolada.

Entender essa diferença entre elas é a base para um dos temas do filme, e revela por que Diana é gentil com Bárbara. Desde o falecimento de Steve, Diana prefere sua própria companhia à dos outros e inicialmente rejeitou o convite de Bárbara para almoçar antes de mudar de ideia e sugerir jantar. Mais tarde, entenderemos que uma das mensagens do filme é que a sociedade não funciona se apenas atendermos às nossas próprias necessidades – Diana pode preferir ficar sozinha, mas Bárbara deseja claramente companhia e amizade dela. Às vezes, você precisa fazer coisas que talvez não queira por gentileza.

De qualquer forma, Themyscira pode ser um cenário um tanto quanto incomum para uma franquia de super-heróis. Mas apesar disso, a paleta de cores exuberante, clara, amarela, verde e água-marinha se tornou em uma das marcas visuais dos filmes “Mulher-Maravilha”. Isso, não é algo de que Jenkins sempre teve consciência, mas é algo que ela reconhece.

“Eu ouço pessoas dizendo que sentiram que nunca tinham visto isso antes. No entanto, como fui eu que fiz isso, estou tão longe da toca do coelho que não estava pensando nisso enquanto fazia”, explica ela. “Quando as pessoas diziam que não tinham visto isso refletido antes, eu pensava: ‘Ah, acho que é verdade. Acho que você nunca viu uma sequência de batalha feminina antes’, mas eu não estava pensando nisso na época”.

Jenkins tem um filme inteiro, um spinoff sobre as amazonas, ambientado em Themyscira que ela está tentando fazer. “No momento tudo está tão no ar que não sei se isso vai acontecer”, diz ela. “Mas há um filme inteiro das amazonas que eu acho que poderia ser feito depois que Diana partir, porque esses são ótimos personagens e está na ausência dela. O problema é que você realmente não pode fazer outra Mulher-Maravilha enquanto ela está lá, porque ela vai embora assim que descobre seu poder, e já vimos isso”.

“Mulher-Maravilha 1984” encontra Gal Gadot novamente como Diana Prince, desta vez em uma década totalmente nova, onde ela está vivendo tranquilamente em Washington, entrando em ação frequentemente para proteger as pessoas que precisam dela – principalmente quando novas ameaças na forma de Maxwell Lord (Pedro Pascal) e posteriormente a Mulher Leopardo (Kristen Wiig) surgem.

Quanto ao retorno de Steve Trevor (Pine) décadas após sua aparentemente morte nos eventos finais do primeiro filme, o realmente estranho é que ele parece não ter envelhecido depois de todo este tempo. Gal Gadot disse que eles criaram “a melhor maneira” de trazer o personagem de volta. Como encontraremos Steve Trevor no novo filme? Pine disse que o personagem “está animado por estar de volta com Diana. Ele está empolgado com este mundo”, diferentemente do primeiro filme. “Em resumo, o que é diferente é que ele não está cansado do mundo”.

Kristen Wiig falou sobre a experiência de fazer “Mulher-Maravilha 1984”, definindo como um “sonho” realizado, isto por que ela sempre foi fã de quadrinhos e super-heróis: “Eu sou uma nerd de super-heróis, então esse é o meu sonho”, ela contou. “Eu sempre quis ter super-poderes”.

Jenkins, a cineasta por trás do primeiro filme, está de volta para a sequência, que ela também escreveu juntamente com David Callaham e Geoff Johns. Caso queira ver “Mulher-Maravilha 1984”, procure e verifique se um cinema próximo de você está aberto no site oficial da Mulher-Maravilha.

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