O astro de “Cavaleiro da Lua”, Oscar Isaac, tinha muito a dizer quando perguntado sobre o projeto de lei “Don’t Say Gay” (Não Diga Gay) do estado da Flórida, EUA e a lenta resposta da Disney.
“Acho que meu comentário seria: gay, gay, gay, gay, gay, gay, gay, gay, gay, gayyyyyy”, disse ele à Variety durante uma coletiva de imprensa de sua nova série no Disney+.
“É uma lei absolutamente ridícula. É insana. É insanidade. E espero que a Disney, como empresa, se manifeste o mais vigorosamente possível contra essa ideia”, Isaac acrescentou. “É surpreendente que ela exista neste país”.
Sua co-estrela, no entanto, preferiu se esquivar de fazer um posicionamento sobre o projeto de lei, que restringe as escolas públicas de ensinar os alunos sobre orientação sexual e questões de gênero, e disse que não falaria especificamente sobre o projeto de lei porque ele não era “educado sobre isso”.
Ethan Hawke, que interpreta o vilão de “Cavaleiro da Lua”, preferiu apenas comentar sobre a importância da “empatia” e como ele é empático.
Formalmente conhecido como o projeto de lei dos Direitos dos Pais na Educação, o projeto de lei “Não Diga Gay” visa proibir “discussões em sala de aula sobre orientação sexual ou identidade de gênero em determinados níveis de ensino”. Esse projeto de lei foi aprovado pela Câmara dos Representantes da Flórida em 24 de fevereiro deste ano.
O silêncio da Wall Disney Company em relação ao projeto de lei estadunidense se tornou ensurdecedor, com sua lenta resposta irritando os funcionários da empresa que se vende ao publico como uma empresa “desconstruída” e a favor da igualdade para todos.
A corporação, que mantém sua Disneylândia na Flórida e possui uma enorme influência na política do estado, se manteve em silêncio até não ser mais possível. Mesmo depois de pedidos de respostas de suas estrelas e funcionários, a Disney tentou se esquivar de fazer um posicionamento.
Quando o projeto estava perto de ser aprovado, o novo CEO da Disney, Bob Chapek, disse que a empresa permaneceria neutra na frente política e trabalharia para criar “conteúdo inspirador”.
Isso irritou muitos dos funcionários da empresa, incluindo os da Pixar, que rotularam Chapek de hipócrita por alegar apoiar conteúdo LGBTQ+ enquanto censurava personagens gays de suas produções.
A reação se intensificou o suficiente para a Disney ser forçada a recuar e fazer um posicionamento, com o CEO em apuros da corporação alegando no recente Disney Investor Day que a empresa teria sido contra o projeto de lei desde o início, mas que teria optado por trabalhar nos bastidores para mudar a legislação – ele não apresentou provas de suas alegações.
Em fevereiro foi relatado pelo Independent que a Disney havia doado dezenas de milhares de dólares para legisladores republicanos e funcionários estaduais que apoiaram o projeto de lei.
Chapeck também disse que se reuniria com o governador da Flórida, Ron DeSantis , e que a empresa doaria US$ 5 milhões para a Human Rights Campaign (HRC). No entanto, a HRC disse que não aceitaria o dinheiro a menos que a Disney tomasse “medidas significativas” contra a lei.
“Cavaleiro da Lua” segue Steven Grant (Isaac), um funcionário de uma loja de presentes que tem um transtorno dissociativo de identidade. Steven está começando a perder a cabeça e não tem certeza se o que ele acredita ser “sonhos vívidos” são reais de alguma forma.
Acontece que ele têm múltiplas personas com características únicas e divide seu corpo com cada uma delas – incluindo o ex-agente da CIA e mercenário Marc Spector, o Sr. da Lua e o próprio Cavaleiro da Lua.
O produtor executivo da série, Grant Curtis, afirmou que o programa construirá o personagem “do zero”, enquanto conta uma história separada do Universo Cinematográfico da Marvel.
Se aprofundando no significado da série, Curtis também afirmou que “Cavaleiro da Lua” é, em última análise, uma história de autodescoberta.
Slater, conhecido por seu trabalho em “The Umbrella Academy”, criou, escreveu e atuou como showrunner de “Cavaleiro da Lua”. Mohamed Diab, Justin Benson e Aaron Moorhead dividem a direção do projeto.
A série começa a ser transmitida no Disney+ em 30 de março deste ano.
