Quando “Soul” estreou, o filme animado tocou um acorde infundido de jazz com os espectadores do Disney+ no final de um ano problemático que foi 2020. A história da Pixar sobre um músico aprendendo a valorizar a vida após uma experiência na vida após a morte chegou em um momento apropriado, fazendo todos pensarem sobre segundas chances. A maneira como as coisas aconteceram para o personagem principal de “Soul”, Joe, acabou sendo bastante satisfatória, em parte porque coube aos espectadores imaginar o próximo capítulo de sua história.
Mas, conforme os criadores do filme animado estão revelaram após o lançamento do filme, a segunda chance de Joe na Terra, por assim dizer, não é a única maneira pela qual sua história poderia ter acontecido. Eles cogitaram um monte de finais alternativos para Joe e da alma 22, que realmente poderiam ter dado um desfecho mais definitivo para o destino de cada uma de suas histórias, mas que, talvez assim, tivessem respondido mais perguntas do que o longa animado realmente precisava.
Claro, antes de continuar lendo, certifique-se de observar que diversos spoilers de “Soul” estão por vir, inclusive do final. Mas, se você já assistiu ou apenas quer descobrir como a vida poderia ter sido para Joe e 22, as respostas dos criadores do filme podem ser interessantes – confira a seguir.
A vida terrena de Joe termina no início do filme, quando o professor de música dá um passo em falso cai no bueiro e sua alma se desprende do corpo e acaba indo parar no Além Vida; Ele não aceita seu destino e decidido a retomar sua vida, ele acaba indo parar no Grande Antes, o lugar onde as almas obtém suas personalidades e peculiaridades antes de virem ter uma experiência de vida aqui na Terra.
Por lá, no Grande Antes, ele conhece a 22, uma alma que nunca viu algum propósito na experiência terrena. Joe aceita trabalhar de mentor da 22 com o objetivo de não ser mandado de volta para o Além Vida. Então aqui estão dois pontos cruciais da trama: dar a Joe uma segunda chance de uma vida na Terra e dar a 22 a chance de perceber que ela pode não estar totalmente certa sobre a inutilidade da experiência humana e completamente pronta, afinal, para chegar à final reivindicar no futuro.
Algum tempo depois, os dois, acidentalmente, acabam vindo parar aqui na Terra – Joe no corpo de um gato de terapia, o Sr. Mittens, e 22 por sua vez no corpo de Joe – cada um deles começa a ver através de uma nova perspectiva que eles nunca apreciaram totalmente a vida e a experiência humana.
Joe eventualmente tem a chance de retornar à sua vida terrena, mas então, ele cresceu o suficiente para fazer um grande sacrifício: passar sua oportunidade para 22 em vez disso. Esse ato altruísta abre o caminho para Joe retornar à Terra (embora ele não sabia disso quando fez seu sacrifício), e o filme termina com Joe dando seus primeiros passos em direção ao desconhecido futuro que guarda a sua segunda chance na Terra.
As mentes da Pixar consideraram vários cenários alternativos que teriam encerrado o filme com a morte de Joe, de acordo com o codiretor Kemp Powers, que disse ao Collider que nem todos os finais alternativos eram necessariamente felizes. “Fizemos muitas versões de Joe morrendo no final e permanecendo morto, de todas as maneiras diferentes”, disse Kemp. “Alguns deles eram muito mais emocionais. Alguns deles eram engraçados. Fizemos muitos finais diferentes”.
O codiretor Pete Docter lançou mais luz sobre como esses finais alternativos poderiam ter se encaixado na história de redenção de “Soul”, ao mesmo tempo em que honra as lições que Joe aprendeu ao longo de sua jornada. “Sentimos que ele havia aprendido o suficiente para apreciar as coisas que não valorizava para começar. E é por isso que pensamos, ‘Oh, isso pode funcionar'”, disse ele ao USAToday. “Foi muito nobre que ele estar sacrificando sua chance de voltar e, em vez disso, entregando-a para 22”.
“Mas, no final das contas, grande parte do filme era sobre ele aprendendo pela primeira vez que, ‘Ei, espere um minuto. Meu barbeiro tem uma vida inteira da qual eu não sabia nada. Eu não sabia que poderia ser honesto e verdadeiro com minha mãe'”, Docter acrescentou. “Parecia que ele estava roubando não permitir que ele voltasse”.
Enquanto Soul deixa aos espectadores pelo menos alguma ideia do que está reservado para o futuro de Joe, que parece promissor e estar caminhando para um final feliz, o futuro de 22 é mais incerto. Sabemosxque ela tem uma segunda chance de viver na Terra, mas “Soul” não fornecesse exatamente uma dica final que indique a direção que sua experiência pode estar tomando.
Docter disse que uma das cenas alternativas do filme teria dado a chance de Joe e 22 se cruzarem novamente durante suas vidas mortais, você sabe, na Terra. “Houve um final [alternativo] em que Joe estava em turnê com Dorothea e dando aulas particulares aos alunos”, ele conta, “e 22 era um de sues novos alunos e ele reconheceu que era ela”.
Bem, isso é uma dica importante de que, após o final, Joe estaria feliz e fazendo o que sempre quis fazer, através de sua carreira musical, ao mesmo tempo que seguiu também com sua vocação de professor, claro, de música. 22, por sua vez, aparentemente estava tendo uma boa vida em Nova York, e chegou a seguir os passos de Joe, mesmo que inconscientemente, como uma entusiasta de música.
Mas, você pode se pergunta, por que se contentar com ambigüidade em vez de finalidade? Bem, a Disney tem um histórico para finais felizes, sem dúvidas. E quando a finalidade em um filme como “Soul” significa pensar sobre segundas chances e morrer – mesmo após uma vida após a morte bem vivida – é quase fácil imaginar que a resposta do longa animado é convidar os espectadores a pensar sobre as questões que a jornada de Joe levantou, ou como Power explica: “Nós sabemos que o público geralmente quer ouvir exatamente o que aconteceu com o personagem. Eles querem saber se o personagem tomou a decisão ‘certa’. Mas, no caso de Joe, não queríamos colocar uma escolha sobre ele. Queríamos dizer que independentemente do que ele acabou fazendo, se foi voltar a dar aulas, tocar em uma banda ou algum híbrido de ambos, ele simplesmente apreciou a vida melhor”.
“Soul” vem da mente por trás de filmes icônicos como “DivertidaMente” e “Up! Altas Aventuras”, e marca a segunda vez que a Pixar explora o mundo do além vida, depois de fazer isso com “Coco: A Vida é uma Festa”. O filme animado, que estreou direto no Disney+, ainda está disponível na plataforma.
