O Roku adquiriu os conteúdos do Quibi e os disponibilizará no seu serviço de streaming gratuito

Por Redação Categoria Nerd
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O Roku adquiriu todos os conteúdos do Quibi, o experimento de serviço de streaming focado em dispositivos móveis de quase US$ 2 bilhões, que oferecia a fórmula de “mordidas rápidas” de filmes, séries e programas divididos em episódios de 10 minutos ou menos, feitos especificamente para serem assistidos em dispositivos móveis.

Após o encerramento do Quibi em 1º de dezembro do ano passado por conta do fracasso da plataforma de streaming, a Roku começou as negociações para adquirir a Quibi Holdings LLC, a empresa que detém todos os direitos de distribuição de conteúdos do Quibi. De acordo com o Wall Street Journal, que também foi o primeiro a noticiar sobre as negociações, Roku pagou “significativamente” menos de US$ 100 milhões pelos direitos de distribuição da biblioteca de conteúdos do Quibi.

Roku é a empresa responsável pelos dispositivos de streamings mais populares dos EUA e também o Roku Channel, sua própria opção de serviço de streaming, que é gratuita (com suporte de propagandas). Várias empresas de tecnologia e mídia estão investindo pesado em suas próprias plataformas desde o início da queda da televisão tradicional e da diminuição massiva de assinantes da TV a cabo.

O Roku Channel tem sido uma opção de streaming gratuito para os usuários do dispositivo da empresa, que geralmente tem sido preenchida pro uma seleção de conteúdos licenciados pelo Roku por meio de outros aplicativos executados dentro do dispositivo.

Esse acordo com o Quibi adicionará ao Roku Channel cerca de 100 séries e filmes, incluindo alguns dos quais vem de nomes como Steve Spielberg, Sam Raimi e Anna Kendrick. Curiosamente essa será a primeira vez que os conteúdos originais do Quibi poderão ser assistido em telas grandes, já que o aplicativo estava disponível apenas para dispositivos móveis.

Várias produções do Quibi que ainda não foram lançadas, estrearão exclusivamente no Roku Channel, incluindo a comédia dramática “The Now”, e uma série de documentário sobre a história da Marvel vs DC, dos irmãos Joe e Anthony Russo, “Slugfest”. Outro, evidentemente, será “Spielberg’s After Dark”, uma série de terror de Steven Spielberg, que originalmente só estaria disponível para ser assistida após o pôr do sol.

“O Roku Channel é um dos canais de maior e mais rápido crescimento em nossa plataforma hoje e estamos constantemente expandindo a amplitude e a qualidade de nosso conteúdo gratuito com suporte de anúncios para nossos usuários”, disse o vice-presidente de programação da Roku, Rob Holmes. “O anúncio de hoje representa uma rara oportunidade de adquirir uma nova e atraente programação original que apresenta alguns dos maiores nomes do entretenimento”

“Estamos entusiasmados em disponibilizar este conteúdo gratuitamente para nossos usuários no Roku Channel através de um modelo com suporte de anúncios. Também estamos entusiasmados em dar as boas-vindas aos incríveis estúdios e indivíduos talentosos que deram vida a essas histórias e as exibirão para nossas dezenas de milhões de espectadores”, Holmes acrescentou.

O co-fundador do Quibi, Jeffrey Katzenberg, elogia as pessoas por trás dos conteúdos, dizendo que eles estão “emocionados” com a ideia de que os programas do Quibi viverão de alguma forma. “As mentes mais criativas e imaginativas de Hollywood criaram um conteúdo inovador para Quibi que superou nossas expectativas”, diz ele. “Estamos emocionados que essas histórias, do surreal ao sublime, encontraram um novo lar no Canal Roku”.

A criadora, produtora, escritora e diretora de “The Stranger”, que foi o programa mais popular do Quibi, expressou sua empolgação com o negócio. “Quibi defendeu algumas das ideias mais originais e narrativas inventivas e estou muito orgulhosa do que fui capaz de criar para essa plataforma”, diz Veena Sud. “Estou muito animado por agora poder compartilhar este suspense com milhões de streamers no Canal Roku”.

Ao comprar o conteúdo do Quibi imediatamente, a Roku oferecerá aos seus usuários uma biblioteca substancial de programação que eles poderão ver na televisão pela primeira vez e faria os programas do Quibi disponíveis para um público mais amplo do que jamais foi.

Em outubro do ano passado, o Quibi anunciou que está encerrando suas atividades, apenas cerca de oito meses após seu lançamento e um total de US$ 1,75 bilhão em investimentos de alguns das maiores corporações de mídia do mundo, incluindo a Walt Disney e a WarnerMedia.

Quando anunciou que o Quibi acabaria, os fundadores do aplicativo disseram que o fracasso do Quibi foi causado por causa da “ideia em si, que não era forte o suficiente para justificar um serviço de streaming autônomo”, bem como devido às circunstâncias relacionadas à pandemia em andamento. “Sentimos que esgotamos todas as nossas opções. Como resultado, chegamos com relutância à difícil decisão de encerrar o negócio, devolver dinheiro aos nossos acionistas e dizer adeus aos nossos colegas com elegância”.

Ao anunciar para seus funcionários que eles perderiam seus empregos, Jeffrey Katzenberg, o cofundador do Quibi, disse para eles ouvirem a música “Get Back Up Again”, do filme “Trolls”, como forma de ajudar a levantar seus ânimos.

A empresa espera retornar cerca de US$ 350 milhões para seus primeiros investidores, e, além disso, reservou fundos para indenizações aos funcionários e para despesas pendentes de produção, relatou o jornal. Quibi também está lutando uma batalha legal com a Eko, uma empresa de tecnologia de vídeo interativo. Eko processou Quibi no ano passado por um recurso de tecnologia importante, alegando violação de patente e roubo de segredos comerciais. O processo está pendente.

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