Meta encerrará parceria com agências de ‘Verificação de Fatos’ por erros e censura e implementará Notas da Comunidade

Zuckerberg acredita que o sistema de Notas da Comunidade será mais imparcial que agências de 'verificação de fatos' na moderação de conteúdo

Por Redação Categoria Nerd
4 Min Read
Resumo
  • A Meta (dona do Facebook, Instagram e WhatsApp) encerrará seu programa de parceria com agências de verificação de fatos devido a casos de erros e censura. A empresa implementará no lugar um sistema de Notas da Comunidade, semelhante ao do X (Twitter).
  • Mesmo que o sistema de Notas da Comunidade não seja perfeito, a Meta acredita que será mais imparcial na moderação de conteúdo que agências terceirizadas que eram "muito tendenciosas".
  • De acordo com o CEO da Meta, Mark Zuckerberg, a mudança faz parte do objetivo de restaurar a liberdade de expressão em suas plataformas.

A Meta – proprietária do Facebook, Instagram, Threads e WhatsApp – está realizando uma mudança significativa na moderação de conteúdo em suas plataformas: a empresa implementará um modelo de Notas da Comunidade semelhante ao do X (antigo Twitter) e encerrará seu programa de parceria com agências de verificação de fatos por casos de erros e censura.

As Notas da Comunidade são um sistema de checagem de fatos descentralizado no qual usuários qualificados podem adicionar contexto relevante à um conteúdo publicado na plataforma, enquanto outros usuários avaliam se a Nota é realmente necessária através de feedback.

Embora o sistema de Notas da Comunidade não seja perfeito, a empresa acredita que serão mais imparciais na moderação de conteúdo (uma abordagem que inclusive já vem sendo testada pelo YouTube), enquanto verificadores de fatos terceirizados eram “muito tendenciosos politicamente” , de acordo com o CEO da Meta, Mark Zuckerberg.

Erros de Verificadores de Fatos resultaram em “muita censura”, explica CEO da Meta

O CEO da Meta, Mark Zuckerberg, explicou que a decisão de encerrar seu programa de verificação de fatos se deve a erros e casos de censura cometidos pelas agências de checagem de fatos com as quais a Meta tinha parceria. Em um vídeo, Zuckerberg admitiu que, embora a empresa tenha construído “sistemas complexos para moderar conteúdo”, eles cometem erros que resultam em “muita censura”.

“Mesmo que eles censurem acidentalmente um por cento das postagens, isso são milhões de pessoas,” disse Zuckerberg. “Agora estamos no ponto em que houve muitos erros e muita censura.”

Para resolver esse problema, a Meta planeja implementar gradualmente o sistema de Notas da Comunidade em suas plataformas nos próximos meses. Isso permitirá que os próprios usuários moderem o conteúdo, contribuindo com anotações e decidam quais conteúdos necessitam de mais contexto ao invés de deixar com que agências pagas decidam o que deve ou não ser publicado.

“Assim como fazem no X, as Notas da Comunidade exigirão acordo entre pessoas com uma variedade de perspectivas para ajudar a evitar avaliações tendenciosas,” explicou Joel Kaplan, novo diretor de assuntos globais da Meta.

Zuckerberg afirmou que essa mudança é motivada pelo desejo de “restaurar a liberdade de expressão” em suas plataformas. Ele deixou escapar que essa mudança de atitude é influenciada pela mudança de governo dos EUA, citando a vitória eleitoral de Donald Trump como um “ponto de inflexão cultural” nessa direção. A Meta planeja trabalhar com Trump para pressionar governos que buscam censurar mais, como a China e alguns países da América Latina como o Brasil (que recentemente viu um funcionário público banir uma rede social no país). Ele afirmou que “a Europa tem um número cada vez maior de leis institucionalizando a censura e dificultando a construção de qualquer coisa inovadora lá”. Zuckerberg também criticou a administração anterior e os verificadores de fatos terceirizados, afirmando que são “muito tendenciosos politicamente e destruíram mais confiança do que criaram”.

“Agora temos uma oportunidade de restaurar a liberdade de expressão e estou animado para aproveitá-la”, disse Zuckerberg.

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