A série antológica de terror “Creepshow” retornará em 1º de abril deste ano para uma segunda temporada com um episódio a menos do que o esperado, que foi removido após as recentes denúncias de abuso de Evan Rachel Wood e outras mulheres contra o ator convidado Brian Warner, o roqueiro que prefere ser conhecido como Marilyn Manson.
O episódio foi retirado da segunda temporada e parece que não houve dúvidas sobre isso, já que o showrunner e diretor Greg Nicotero afirmou aos repórteres em um painel da Associação de Críticos de Televisão que “não houve um momento em que não quiséssemos fazer a coisa certa e remover o episódio”. Manson apareceria em apenas um episódio da segunda temporada. “Houve alguns grandes atores nele, mas nós mantivemos [a decisão]”, explicou Nicotero sobre o episódio expurgado.
Sobre como essa remoção de episódio possa ter impactado a temporada como um todo, Nicotero explicou que foi mínimo e resultou em alguma reestruturação da ordem: “Nós puxamos um episódio chamado ‘Sibling Rivalry’, com Molly Ringwald”. Nicotero descreveu-o como um episódio de terror de “rito de passagem” do ensino médio e elogiou o trabalho de Ringwald.
Outros episódios da segunda temporada apresentam uma coleção de tópicos, incluindo terror de criaturas com o maior medo pessoal de Nicotero: aranhas; episódios de peças de época ambientados nos anos 70; e até mesmo uma homenagem à série de filmes “Uma Noite Alucinante”, de Sam Raimi.
A estreia da temporada é um episódio chamado “Model Kid”, que também é dirigido por Nicotero. Ele admite que foi uma história particularmente pessoal para, visto que ele se viu no garoto nerd e criador de modelos no centro da história. “Eu era aquele garoto procurando na caixa de correio a chegada de novos kits de modelos. Quando éramos jovens, nem sempre era legal amar monstros. Então, mergulharíamos em kits de modelos e revistas de terror”, ele conta, antes de sugerir que o garoto, Brock, tem uma semelhança impressionante com Charlie no filme clássico de 1971, “Willy Wonka e a Fantástica Fábrica de Chocolate”, pelo design.
Fechando a segunda temporada está o episódio “Night of the Living Late Show”, que Nicotero disse que deu a ele vibrações sinceras de sua cidade natal, Pittsburgh. A cidade, disse ele, ajudou a moldar suas raízes de terror e, eventualmente, sua carreira criativa com colaborações com George Romero e a lenda dos efeitos especiais Tom Savini.
Fazendo uma avaliação geral da segunda temporada de “Creepshow”, Nicotero disse aos repórteres que acha que é uma temporada muito mais segura em termos de histórias elevadas, design de produção, iluminação, monstros e com sua própria confiança pessoal. “Na primeira temporada, mergulhei os dedos dos pés na água. E na segunda temporada, pulamos no fundo do poço. Abordei isso com muito mais segurança, e temos até um episódio de ficção científica que remete a ‘O Enigma de Andrômeda’. Abraçamos tantos elementos ousados. E todos os atores trazem coração e humor para seus episódios”.
“Mal posso esperar que as pessoas vejam o que fizemos”, disse ele durante o painel. “Estou muito orgulhoso disso. E se pudermos fornecer algum escape para as pessoas e fazê-las se sentirem calorosamente abraçadas por minhas criaturas, isso me deixa feliz. Eu sinto que se George (Romero) estivesse aqui, ele provavelmente me daria um tapa nas costas fazendo sua melhor imitação de Brando. Cada vez mais, parece que é meu, à medida que continuamos a manter o legado em andamento”.
“Creepshow” é uma série antológica de terror baseada no filme de 1982 e apresenta diferentes histórias que exploram o sobrenatural e o inexplicável; o programa já está renovado para uma terceira temporada. No Brasil, todos os episódios de “Creepshow” estão disponíveis no catálogo do Paramount+.
