Frances McDormand se juntou ao clube de atores de elite com tripla vitória no Oscar

Por Redação Categoria Nerd
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Frances McDormand vencendo o Oscar de melhor atriz ao longo dos anos; 1997, 2018 e 2021. Fotos: Deadline e Vogue

A terceira vitória de Frances McDormand no Oscar 2021 a coloca quase que em uma categoria própria. McDormand ganhou o prêmio de Melhor Atriz no 93º Oscar por seu papel em “Nomadland”; ela havia ganhado o Oscar anteriormente por sua performance em “Três Anúncios Para um Crime” em 2018 e, antes disso, por “Fargo” em 1997.

Ser eleita como melhor atriz três vezes coloca McDormand a coloca no seleto clube de atores de elite com tripla vitória no Oscar, mas mais do que isso, isso a coloca a frente de nomes como Meryl Streep que, embora tenha três vitórias, uma dessas é na categoria de atriz coadjuvante.

De fato, apenas uma outra mulher conseguiu a façanha de ganhar três vezes como melhor atriz: a falecida Katharine Hepburn, que detém o recorde de mais vitórias na categoria, com quatro no total. Então se McDormand ganhar mais uma vez durante sua carreira, ela igualará ao feito de Hepburn.

Frances McDormand também recebeu o Oscar por seu trabalho como produtora de “Nomadland” ao lado da diretora e roteirista Chloé Zhao, Pete Spears e Mollye Asher. Foto: FreePressJournal

Porém, McDormand, na realidade, já tem quatro Oscars, uma vez que ela também recebeu o prêmio por seu trabalho como produtora de “Nomadland” quando o longa que ela estrelou ganhou o Oscar de melhor filme. “Não tenho palavras: minha voz está em minha espada”, disse McDormand, citando Macduff enquanto ele luta contra Macbeth, no seu discurso de aceitação do Oscar de melhor atriz. Ela então continuou em suas próprias palavras: “Sabemos que a espada é nosso trabalho e gosto de trabalhar. Obrigada por saber disso e obrigada por isso”.

“Nomadland” encontra McDormand em seu primeiro papel desde que ganhou o Oscar por “Três Anúncios Para Um Crime”. Aqui ela interpreta Fern, uma mulher lidando com a perda, vivendo em um sistema falido e que acaba decidindo viver como nômade. Foram 21 anos de distância da primeira vitória de McDormand no Oscar (em 1997 por “Fargo”) até sua segunda (há apenas três anos atrás, em 2018, por “Três Anúncios Para um Crime”).

A sinopse oficial exolica que o longa segue Fern ao longo de um ano, que “após o colapso econômico de uma colônia industrial na zona rural de Nevada, reúne suas coisas em uma van e parte rumo a uma viagem exploratória, fora da sociedade dominante, como uma nômade dos tempos modernos”. Ao longo de sua jornada, Fern se depara com uma infinidade de comunidades, com algumas a aceitando como ela é e outras não.

Críticos comumente descrevem que essa série de experiências oferece um estudo de caráter de uma mulher, perto da aposentadoria e forte para lutar por sua vida, trabalhando através de seu luto e procurando por si mesma.

Conforme observado anteriormente, “Nomadland” longa é um filme devastador sobre as dificuldades de uma mulher vivendo em um sistema falido e que poderia muito bem ser o destaque do ano de 2020, um prêmio incerto para um ano como aquele. O longa é uma adaptação ficcional de um livro de não-ficção de Jessica Bruder, que usa a personagem Fern como uma lente para ver a subcultura das pessoas que passam suas vidas viajando em trailers e carros, trabalhando e sobrevivendo enquanto se movem pelos EUA.

Como Fern, muitos deles estão perto da idade de aposentadoria, mas sem a opção ou inclinação para se aposentar e, em vez de lutar para sustentar o que tinham antes, reduziram suas necessidades. Eles são refugiados da última recessão, do aumento do custo para sobreviver, para se comprar a vida e, claro, de uma rede de segurança de vida desgastada – embora a diretora e roteirista Chloé Zhao tenha se recusado a reduzi-los a subprodutos do sistema capitalismo que estamos inseridos.

“O mundo está tentando nos dividir”, afirmou Zhao anteriormente ao IndieWire. “Nos últimos meses, todos nós passamos por uma versão do que Fern sentiu – esse sentimento de grande perda para uma vida que você costumava ter”, ela continuou se referindo à pandemia em curso. “É apenas esse vazio que você sente, a necessidade de voltar ao normal, que leva à aceitação e a como você pode crescer para se sentir bem com o seu lugar no mundo. É disso que muitas pessoas precisam agora”.

Ao aceitar o prêmio de melhor filme por “Nomadland”, a atriz dedicou aquele momento para pedir ao público para voltar quando for possível para os cinemas: “Por favor, assista ao nosso filme na maior tela possível e um dia em breve leve todos que você conhece, ombro a ombro, naquele espaço escuro e assista a todos os filmes que estão representados aqui esta noite”, disse ela.

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