Elon Musk considera o confinamento como “fascista” e “não democrático”

Por Redação Categoria Nerd
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Elon Musk, o fundador e CEO da Tesla, descreveu na quarta-feira (29) algumas observações sobre o cenário atual da pandemia global de coronavírus, classificando as medidas de confinamento impostas pelos governos como “fascista” e “não democrático”, as informações são da CNBC.

″É a hora de pensar no futuro, e também perguntar: é correto violar os direitos das pessoas como está acontecendo agora?”, disse durante teleconferência sobre o 1º trimestre da Tesla.

“Acho que as pessoas vão ficar muita raiva com isso e muito zangadas. É como alguém que deveria ser, se alguém quer ficar em casa, isso é ótimo, ele deve ficar em casa e não deve ser obrigado a sair. Mas dizer às pessoas que elas não podem sair de casa e que seriam presas se o fizessem é fascista. Não é democrático. Não é liberdade. Devolva às pessoas sua maldita liberdade”, afirmou.

“É escandaloso! É um escândalo. Isso causará grandes danos [às empresas], não apenas à Tesla, mas a muitas empresas”, observou. “E enquanto a Tesla resistirá à tempestade, há muitas empresas que não o farão. Tudo o que as pessoas trabalharam durante toda a vida está sendo destruído em tempo real”.

“America livre agora”, ele escreveu em caixa alta no Twitter, para reforçar suas afirmações.

Sobre as ordens de confinamento, Musk disse que “prender as pessoas em suas casas contra todos os seus direitos constitucionais, mas essa é a minha opinião e quebrar as liberdades das pessoas de maneiras horríveis”. Ele ainda elogiou a China por ter uma infraestrutura “muito melhor” do que os EUA.

Anteriormente, em março, Musk classificou o pânico com o coronavírus como “estúpido”, posteriormente ele apontou erroneamente em uma publicação no Twitter que os casos nos EUA estariam “provavelmente perto de zero” até o final de abril.

Em uma publicação feita no Twitter em 19 de março de 2020, Elon Musk disse que “baseado nas tendências atuais”, os casos da doença estariam “provavelmente perto de zero” até o final de abril nos EUA.

A Tesla divulgou ainda na quarta-feira (29) os resultados do primeiro trimestre, incluindo um lucro líquido de US$ 16 milhões. Apesar de um surto de Covid-19 na China forçar a montadora de veículos elétricos de Elon Musk a suspender a fabricação em Xangai por mais de uma semana em fevereiro e nos EUA no final de março.

Entenda a pandemia de coronavírus

Bogotá, na Colômbia. Foto/Leonardo Munoz para a REUTERS

O surto do Covid-19 teria se originado em Wuhan, na China, em dezembro, quando foram relatados os primeiros casos. Desde então o número de casos do novo coronavírus cresceram exponencialmente, foram reportados em 3,1 milhões em 30 de abril deste ano.

A Organização Mundial da Saúde classificou o novo coronavírus como uma “pandemia”, em 11 de março. A OMS define uma pandemia quando existe a disseminação mundial de uma nova doença para a qual a maioria das pessoas não tem imunidade.

O patógeno é proveniente de uma família de vírus que usualmente atacam o sistema respiratório. De acordo com o Vox, a maioria dos coronavírus infectam animais, mas cientistas ainda não sabem como o novo vírus passou a atingir seres humanos. Dois dos sete coronavírus que infectam humanos, SARS e MERS, podem causar pneumonia grave e até morte em cerca de 10% e mais de 30% dos casos, respectivamente. Enquanto os demais provocam sintomas mais leves, como um resfriado comum.

Até o momento, é relatado que o Covid-19 pode causar pneumonia e que também pode matar – mas, embora pareça ser menos mortal que o SARS e o MERS, ainda não está claro exatamente o quanto. Um relatório do Centro de Controle de Doenças da China, de 16 de fevereiro, que teria analisado 72 mil paciente com Covid-19 na China, apontou que a taxa de mortalidade da doença é de 2,3%. No geral, os pesquisadores caracterizaram 81% dos casos como leves e 19% como graves ou críticos. Porém, uma grande ressalva: esses dados vêm da China, e a taxa de mortalidade de casos tem sido diferente fora da China.

“A maioria das pessoas (cerca de 80%) se recupera da doença sem precisar de tratamento hospitalar. Cerca de 1 em cada 5 pessoas que recebe COVID-19 fica gravemente doente e desenvolve dificuldade em respirar”, de acordo com relatório da OMS.

Quanto aos sintomas: nariz escorrendo, dor de garganta, tosse seca, febre e fadiga são mais comuns, enquanto falta de ar, dor de garganta e dor de cabeça em casos graves e menos comuns, segundo a OMS.

Ação do governo chinês em Bozhou na província de Anhui. Foto/AFP

Apesar de ter se iniciado na China, os EUA e a Itália são os países com maiores casos da doença. Os governos de ambos os países decretaram medidas para conter o avanço da doença. O país europeu determinou que nenhum cidadão deve sair de casa sem um formulário de justificativa, o governo italiano recomenda que as pessoas saiam de casa apenas para trabalho ou para atividades “essenciais”.

Na Europa medidas semelhantes foram adotadas pela Espanha e França, impondo confinamento nos países. No entanto, países como a Holanda vão adotar medidas diferentes, com o objetivo de promover a aquisição da “imunidade coletiva”, para que mais pessoas possam desenvolver naturalmente os anticorpos contra o patógeno, apesar disto ambos os países determinaram fechamentos de lojas, bares, restaurantes e cinemas, de acordo com informações da RFI.

No Brasil foram confirmados 79 mil casos de coronavírus, de acordo com relatório do Google News. O presidente brasileiro e seus aliados estão em observação depois que o secretário de comunicação de Jair Bolsonaro testou positivo para o coronavírus. De acordo com o Folha de S.Paulo, até o momento 24 pessoas do governo que tiveram contato com Bolsonaro estão infectadas com o Covid-19.

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