Christopher Nolan é conhecido por criar blockbusters complexos e alucinantes, que são tão desafiadores quanto divertidos, mas alguns estão dizendo que escrever uma personagem feminina não é o forte do cineasta no seu mais recente filme, “Tenet”.
No filme encontramos Kat, a personagem de Elizabeth Debicki, sendo chantageada por seu ex-marido, Andrei Sator, tendo que cumprir seus numerosos pedidos se quiser ver a liberdade de seu filho, Max. Esta situação foi descrita por alguns como apenas mais um caso de uma garota sendo retratada como “a donzela em perigo”, mas Debicki, com razão, não concorda com essas críticas, explicando que sua personagem é muito mais complexa do que isto.
“Achei [Kat] muito complexa”, a atriz contou em entrevista ao THR. “Algumas pessoas me disseram coisas sobre como ela está presa ou que existe um tipo de situação de vítima; E não nego, porque o que eu amei, de certa forma, foi isso que realmente me deixou atraída para ela no início e encontramos alguém que se tornou vítima das circunstâncias de seu relacionamento com o marido. Mas o que eu também achei intrigante e o que eu descobri estar realmente lá, escrito na personagem, era alguém que tinha se tornado uma espécie de vítima ou quase prisão de seus próprios pensamentos sobre si mesma, do que ela era capaz e do que ela podia ou não”.
Como Debicki aponta, o arco de sua personagem apenas começa em uma situação na qual ela está sendo mantida como refém, e conforme o filme avança, a personagem muda e redescobre suas próprias capacidades enquanto lida com os traumas que enfrentou no seu passado.
“Então, ela passa por essa experiência enorme, psicológica, muitas vezes de alta octanagem, traumatizante, que a muda significativamente”, ela argumenta. “Isso a muda no sentido de que ela se torna consciente de que tem ação sobre si mesma e tem sobre ela própria a capacidade de sobreviver a algo. Ela tem essa resiliência, e eu adoro o que foi apresentado a mim por meio desse papel e ao público, eu espero. Nesse gênero, o que a vemos passar e o que a vemos fazer nem sempre é um dado”.
“Tenet” encontra John David Whashington como um protagonista ainda sem nome “lutando pela sobrevivência de todo o mundo, o protagonista viaja por um mundo crepuscular de espionagem internacional em uma missão que se desdobra em algo além do tempo real. Não é uma viagem no tempo, é inversão”. Confuso? Nolan recentemente explicou melhor sobre o conceito temporal do filme.
