Christopher Nolan ficou “um pouco chocado” com as críticas de diálogos “inaudíveis” em seus filmes

Por Redação Categoria Nerd
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Os filmes de Christopher Nolan costumam gerar uma certa frustração entre seus espectadores por conta de áudios “inaudíveis” em alguns trechos do filme, mas parece que isso incomodou também outros cineastas, que ligaram para o diretor para expressarem a dificuldade que tiveram para ouvir algumas falas.

Nolan respondeu as críticas, dizendo que ficou “um pouco chocado” com a reação negativa dos áudios “inaudíveis” de seus filmes, afirmando que ficou surpreso com o quão “conservadoras as pessoas são quando se trata de som”; O cineasta argumentou que o som de seus filmes são exatamente como deveriam ser.

Em um trecho publicado pelo IndieWire do livro “The Nolan Variations”, que decifra o trabalho do diretor por meio de inúmeras entrevistas feitas ao longo de anos, o diretor abordou amplamente o assunto: “Recebemos muitas reclamações”, disse ele. “Na verdade, recebi ligações de outros cineastas que diziam: ‘Acabei de ver o seu filme e o diálogo é inaudível’. Algumas pessoas acharam que a música estava muito alta, mas a verdade é que era meio que a forma como havíamos escolhido fazer a mixagem”.

“Foi uma mixagem muito, muito radical”, ele explica. “Fiquei um pouco chocado ao perceber como as pessoas são conservadoras quando se trata de som. Porque você pode fazer um filme que se parece com qualquer coisa, você pode filmar no seu iPhone, e ninguém vai reclamar. Mas se você mixar o som de uma certa maneira, ou se usar certas sub-frequências, as pessoas se levantam”.

Nolan acrescentou “há uma sensação maravilhosa de escala” que pode vir experimentando com design de som e “uma sensação maravilhosa de fisicalidade do som que em ‘Interestelar’ fomos mais longe do que acho que alguém já fez”.

Para “Interestelar”, o diretor e sua equipe “aproveitaram a ideia do subcanal, onde você pode obter muita vibração”. Ele então especifica que Hans Zimmer usou notas muito baixas para a trilha sonora, e que durante a edição de som, o diretor e sua equipe decidiram evitar que o software filtrasse certos sons extremamente baixos, a ponto de prevalecerem sobre os diálogos.

Ele parece muito, muito orgulhoso de suas escolhas e garante que o resultado disso “é bastante notável”, principalmente quando assistido em uma sala IMAX – para quem não tiver uma sala IMAX perto de você, o filme vai parecer bastante notável também, por que é filmado em câmeras de tecnologia IMAX (para quem discorda, eu digo Hello from the YouTube side).

Os espectadores podem pensar que os filmes Nolan são muito altos, ou “inaudíveis”, mas os filmes de Nolan soam exatamente do jeito que ele quer que soem. Em resumo, Nolan está mais preocupado com a experiência sensorial do que com experiência de ouvir linhas de diálogos.

Isso não mudou ao longo dos anos, se estendendo até seu mais recente e (incrível) filme, “Tenet”, um thriller de ação sobre inversão do tempo, que está sendo exibido nos cinemas (que estiverem abertos, é claro).

“Tenet” encontra John David Whashington em missão “lutando pela sobrevivência de todo mundo”, enquanto viaja por um “obscuro mundo de espionagem internacional em uma missão que se desdobra em algo além do tempo real. Isso não é viagem no tempo. É inversão”. Confuso? Nolan explicou anteriormente sobre o conceito temporal do filme.

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