As críticas ao Globo de Ouro 2021 tem algo em comum

Por Redação Categoria Nerd
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O Globo de Ouro historicamente é o show de premiação mais caótico de Hollywood, uma coisa que permanece em vigor até 2021. Nesta quarta-feira, 3 de fevereiro, a Associação da Imprensa Internacional de Hollywood anunciou sua lista de indicados. Realmente foi um ano estranho e difícil para o show business, fato que se reflete tanto nos pontos fortes e fracos da premiação (“Emily em Paris” indicada).

Porém, a lista de esnobações do Globo de Ouro deste ano teve uma tendência bastante preocupante. Boa parte das séries favoritas para a premiação que foram criadas e/ou estreladas por pessoas não-brancas ficaram de fora, ou tiveram o número de indicações reduzidas.

Começando, quase todos especialistas aclamaram “I May Destroy You” e nomearam a série como uma das favoritas para a premiação, projetando indicações para melhor série limitada e melhor atriz pelo desempenho de Michaela Coel, que também criou, escreveu e co-dirigiu a série de sucesso da HBO; No entanto, o programa ficou completamente de fora.

“Lovecraft Country”, a série de terror e ficção científica da HBO, foi reconhecida na categoria de melhor série de drama. Porém, o programa ficou de fora de todas as outras categorias. Especialistas esperavam indicações para as estrelas da série Jonathan Majors e Jurnee Smollett.

Uzo Aduba ficou de fora da categoria de melhor atriz coadjuvante por sua atuação na série “Mrs. America”. Isso apesar dela ter vencido o Emmy nessa mesma categoria há apenas alguns meses. Mesmo que de forma mais leve, também era esperado uma indicação para Pedro Pascal pela série de sucesso do Disney+ “The Mandalorian”, mas o ator latino ficou de fora.

Embora exista algum progresso de diversidade nas categorias cinematográficas da lista de nomeações, olhando para as 40 nomeações de atuação nas categorias de televisão/streaming, apenas dois atores negros foram selecionados: John Boyega por “Small Axe” e Don Cheadle por “Black Monday”. Além disso, teve outras duas indicações diversificadas: o ator egípcio Ramy Youssef por “Ramy” e Anya Taylor-Joy (uma atriz branca argentina-britânica, que se identifica como latina) indicada por sua atuação na série da Netflix “O Gambito da Rainha”.

Portanto, não foi apenas porque os indicados resultantes eram esmagadoramente brancos durante um ano com menos programas no ar, mas, conforme observa o Entertainment Weekly, porque eram esmagadoramente brancos em um ano em que haviam ótimas produções com atores não brancos em quem os críticos e criadores de probabilidades acreditavam fortemente que eram dignas do prêmio.

A premiação preferiu deixar de lado produções óbvias e ótimas de criadores não brancos, assim como performances de atores não brancos, em quem os especialistas apostavam. Ao invés disso, chocantemente, o Globo de Ouro preferiu chegar ao ponto de indicar “Emily em Paris” (sim, aquela mesma) não apenas em uma categoria, mas duas.

Em contra partida, a Associação da Imprensa Internacional se saiu muito melhor em termos de representatividade nas categorias de filmes, o que impulsionou uma maior inclusão geral no Globo de Ouro deste ano. Houve duas nomeações para melhor direção: Regina King por “Uma Noite em Miami…” e Chloé Zhao por “Nomadland”.

Aliás, as mulheres fizeram história no Globo de Ouro; Até então, a premiação tinha indicado somente cinco mulheres na categoria de direção em toda a sua história, e nunca mais do que uma cineasta por ano. Mas, agora são três: Chloé Zhao por “Nomadland”; Regina King por “Uma Noite em Miami…”; e Emerald Fennell por “Promising Young Woman”.

Também houve acenos de atuação indo para Viola Davis e o falecido Chadwick Boseman por “A Voz Suprema do Soul” – embora fosse esperado uma indicação para filme também; Riz Ahmed por “O Som do Silencio”; Daniel Kaluuya por “Judas e o Messias Negro”; Dev Patel por “A Vida Extraordinária de David Copperfield”; Andra Day por “The United States vs. Billie Holiday”, dentre outros nomeações.

Porém, contudo, esse ano todos os indicados na categoria de melhor filme de drama (“Mank”, “Nomadland”, “Promising Young Woman”, “Meu Pai” e “Os 7 de Chicago”) são de histórias sobre pessoas brancas.

O Globo de Ouro ainda será um dos primeiros grandes eventos televisionados do ano de 2021, e acontecerá no dia 28 de fevereiro, o que é mais de um mês depois da data habitual. Outros indicados incluem “Schitt’s Creek”, “The Crown”, “Ozark”, “Soul”, “Palm Springs” dentre outros.

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