Embora se apresente como um defensor da liberdade de expressão, o X (anteriormente conhecido como Twitter) tem atendido a um número maior de pedidos de censura de governos e suspendido mais contas do que nunca desde que Elon Musk adquiriu a plataforma.
O X lançou seu primeiro relatório de transparência em mais de três anos (o primeiro desde que Musk adquiriu a plataforma), permitindo uma comparação detalhada com o último relatório divulgado em 2021.
Os dados revelam um aumento significativo nas suspensões de contas, que mais do que triplicaram. X também atendeu a 20% mais solicitações legais de governos para remover ou reter conteúdo de usuários sob a gestão de Musk.
Aumento na suspenção de contas no X
De acordo com o relatório, as suspensões de contas no X mais que triplicaram desde a aquisição por Musk. No primeiro semestre de 2024, a plataforma suspendeu cerca de 5,3 milhões de contas, em comparação com 1,6 milhão no mesmo período de 2022. Além das suspensões, mais de 10,6 milhões de postagens foram removidas ou rotuladas por violarem as regras da plataforma.
A maioria dessas remoções está relacionada a violações da política de discurso de ódio, que representou quase metade das ações tomadas. Postagens com abuso e assédio (2,6 milhões) e conteúdo violento (2,2 milhões) também contribuíram significativamente para os números reportados.
No relatório, o X informa que o conteúdo que viola as regras foi responsável por menos de 1% de todas as publicações compartilhadas na plataforma.
Censura estatal atendida pelo X
Notadamente, o X suspendeu mais contas e atendeu a 20% mais solicitações legais para remover ou reter conteúdo de usuários desde que Musk adquiriu a plataforma.
O relatório detalha um aumento expressivo no número de pedidos governamentais de remoção de conteúdo e de informações sobre usuários. A plataforma recebeu 72.703 solicitações para remoção de conteúdo, das quais mais de 70% foram atendidas. Foram registradas 18.737 pedidos de informações de governos, com uma taxa de cumprimento de 53%.
Apesar dos compromissos iniciais de Musk em não obedecer as ordens ditatoriais de supressão de informação no Brasil, ele recuou e passou a atender a todos os pedidos de censura do Supremo Tribunal Federal (STF) do Brasil nas últimas semanas, mesmo depois de Musk ter denunciado essas ordens como ilegais e ter argumentado que elas violam a Constituição brasileira.
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