Quibi está encerrando sua operação seis meses após seu lançamento e um total de US$ 1,75 bilhão em investimentos; A plataforma de streaming oferecia a fórmula de “mordidas rápidas” de filmes, séries e programas divididos em episódios de 10 minutos ou menos, feitos para serem assistidos em dispositivos móveis.
“Sentimos que esgotamos todas as nossas opções. Como resultado, chegamos com relutância à difícil decisão de encerrar o negócio, devolver dinheiro aos nossos acionistas e dizer adeus aos nossos colegas com elegância”, diz o anúncio de encerramento do Quibi.
Eles atribuem a falta de sucesso ao fato de que “a ideia em si não era forte o suficiente para justificar um serviço de streaming autônomo ou devido ao nosso tempo”. O aplicativo possui atualmente apenas 500 mil usuários, depois de ter conseguido a façanha de atrair mais de 7 milhões de usuários pouco tempo depois do seu lançamento em abril.
Neste curto período, a plataforma gerou um tanto considerável de conteúdos, com alguns deles vindo de nomes conhecidos como Steve Spielberg, Kristen Bell, Anna Kendrick e Jennifer Lopez. Mas o Quibi nunca conseguiu um grande hit.
“O mundo mudou dramaticamente desde o lançamento do Quibi e nosso modelo de negócios autônomo não é mais viável”, disse o co-fundador Jeffrey Katzenberg. “Estou profundamente grato aos nossos funcionários, investidores, talentos, parceiros de estúdio e anunciantes por sua parceria para levar Quibi a milhões de dispositivos móveis”.
Katzenberg disse aos funcionários para ouvirem uma música do filme “Trolls” chamada “Get Back Up Again” para ajudar a levantar seu ânimo em meio ao fechamento da empresa, de acordo com um relatório do The Wall Street Journal.
Esse fechamento vem após vários meses tumultuados durante os quais cada nova semana trazia mais notícias ruins para Quibi, com os executivos jogando toda a culpa na pandemia: “Eu atribuo tudo que deu errado ao coronavírus”, disse Katzenberg ao The New York Times em maio. “Tudo, mas nós ainda o possuímos”.
Quibi foi fundada Jeffrey Katzenberg e Meg Whitman depois de conseguirem, em 2018, um investimento bilionário de enormes corporações de mídia – incluindo a NBCUniversal, Warner Bros., Sony e a Walt Disney, bem como JPMorgan. No comunicado, eles dizem que identificarão “um comprador ou compradores adequados para seus ativos” nos próximos meses.
O diferencial da plataforma era o fato de ter um formato reduzido, focado para dispositivos móveis. Então, qual era o problema nisso? Netflix, Amazon e YouTube ainda funcionavam no smartphone, e todos eles podem ser assistido em telas maiores.
A empresa também estava envolvido em um processo judicial com a Eko, uma empresa que acusa o Quibi de usar sua tecnologia patenteada e roubar segredos comerciais para desenvolver a tecnologia Turnstyle. Esta tecnologia em questão permite aos usuários assistir em duas perspectivas diferentes dependendo da forma como estiver segurando seu smartphone.
Embora tenha muita coisa na plataforma, a empresa não possui nenhum de seus muitos programas, tendo apenas os direitos sobre eles pelo período de sete anos, após os quais os criadores terão os direitos de distribuí-los, de acordo com The Guardian. A empresa também estará tentando vender sua tecnologia de visualização em dispositivos móveis.
Mesmo com muitos nomes conhecidos, a plataforma não conseguiu nenhum hit no final das contas. Eles tiveram uma comédia sobre uma boneca sexual chamada Dummy, estrelada por Anna Kendrick, bem como um remake de “O Fugitivo” com Kiefer Sutherland (que também parecia muito mal filmado).
“Most Dangerous Game”, que eles disseram ser o título mais assistido da plataforma, viu Liam Hemsworth interpretar um homem desesperado que aceita entrar em um jogo mortal de sobrevivência – Christoph Waltz também estava no programa.
Também existia uma série antológica de terror chamada “50 States Of Fright”, que embora tivesse grandes participações e diretores, rendeu um episódio bizarro estrelado por Rachael Brosnahan sobre uma garota com um braço de ouro.
