PL 2630: Google desmente fake news divulgada pelo governo

Por Redação Categoria Nerd
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A Google desmentiu as falsas acusações de que a empresa estaria impulsionando, manualmente, conteúdos negativos ao Projeto de Lei (PL) 2630, um projeto que visa censurar a internet.

“Estamos empenhados em comunicar as nossas preocupações sobre o Projeto de Lei 2630 de forma pública e transparente”, esclarece a Google.

“É importante ressaltar que nunca alteramos manualmente as listas de resultados para favorecer a posição de uma página de web específica. Não ampliamos o alcance de páginas com conteúdos contrários ao PL 2630 na Busca, em detrimento de outras com conteúdos favoráveis. Nossos sistemas de ranqueamento se aplicam de forma consistente para todas as páginas, incluindo aquelas administradas pelo Google”, disse a empresa.

A declaração ocorre após o Supremo Tribunal Federal (STF) emitir na terça-feira (02/05/23) uma medida determinando que a Polícia Federal colha depoimentos dos CEOs da Google, Meta, Spotify e Brasil Paralelo.

“Censura no Brasil” é tendência de busca à medida que leis repressivas e orwellianas como o PL da Censura ganham forma. Foto: Reprodução

Aparentemente o Tribunal entende que empresas de tecnologia só poderiam divulgar informações favoráveis ao Projeto de Censura.

Isso ocorre pouco depois que o Ministério da Justiça ameaçou publicamente a Google com multa de R$ 1 milhão por hora para coagir e censurar a opinião da plataforma contra o PL da Censura.

Para perpetrar a ameaça, foi utilizada a Secretaria Nacional do Consumidor (Senacom) que notificou a empresa com acusações vagas e sem evidências.

O STF é o mesmo tribunal que em 1936 autorizou a extradição de Maria Prestes para a Alemanha nazista, onde ela foi morta em um campo de concentração aos 34 anos, depois do nascimento de sua filha.

Declaração da Google:

Apoiamos discussões sobre medidas para combater o fenômeno da desinformação. Todos os brasileiros têm o direito de fazer parte dessa conversa e, por isso, estamos empenhados em comunicar as nossas preocupações sobre o Projeto de Lei 2630 de forma pública e transparente. Destacamos essas preocupações em campanhas de marketing em mídia tradicional e digital, incluindo em nossas plataformas.

Google oferece uma ampla gama de serviços gratuitos, incluindo navegador web (Chrome), e-mail (Gmail), armazenamento em nuvem (GDrive), serviços de produtividades (Docs, Planílhas), plataforma de compartilhamentod e vídeos (YouTube) e muitos outros. Foto: USA Today

Também reforçamos este posicionamento no blog oficial do Google e na página inicial da Busca, por meio de uma mensagem com link sobre o PL 2630. São recursos que já utilizamos em diversas ocasiões, incluindo para estimular a vacinação durante a pandemia e o voto informado nas eleições.

É importante ressaltar que nunca alteramos manualmente as listas de resultados para favorecer a posição de uma página de web específica. Não ampliamos o alcance de páginas com conteúdos contrários ao PL 2630 na Busca, em detrimento de outras com conteúdos favoráveis. Nossos sistemas de ranqueamento se aplicam de forma consistente para todas as páginas, incluindo aquelas administradas pelo Google.

Acreditamos que o projeto de lei e seus impactos devem ser debatidos de forma mais ampla com toda sociedade. Assim como diversos grupos e associações que se manifestaram a favor do adiamento da votação, entendemos que é preciso mais tempo para que o texto seja aprimorado e seguimos à disposição de parlamentares e autoridades públicas para esclarecer quaisquer dúvidas sobre como nossos produtos funcionam.

PL 2630 cria sistema ‘similar ao de países de regimes antidemocráticos’

A Meta – empresa proprietária do Facebook, Instagram e WhatsApp – informou que o PL 2630 “cria sistema permanente de vigilância, similar ao de países de regimes antidemocráticos”.

O PL 2630, também conhecido como Projeto de Censura, visa instaurar um tipo de ditadura cibernética. O Projeto de Censura prevê a criação de um órgão com poderes quase ilimitados – similar ao Ministério da Verdade, descrito no livro “1984” de George Orwell.

O Projeto de Censura poderia causar o encerramento da gratuidade de serviços como WhatsApp, Instagram e Facebook, explica a Meta.

A Meta esclarece que o PL 2630 tornaria difícil o funcionamento de serviços gratuitos de plataformas: “na sua forma atual, a legislação tornaria difícil que empresas de tecnologia como a nossa continuem a oferecer o tipo de serviços gratuitos usados por milhões de pessoas e negócios no Brasil.”

O Projeto de Censura também cria regras na publicidade digital que irão restringir ferramentas de marketing para pequenos negócios.

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