A Academia de Artes e Ciências Cinematográficas, a organização por trás do Oscar, anunciou em 9 de setembro de 2020 novas exigências para elegibilidade na categoria de melhor filme que visa “encorajar a representação equitativa dentro e fora da tela para melhor refletir a diversidade do público que vai ao cinema”.
Com isso os filmes deverão atender a certos critérios mínimos em termos de representação e inclusão, dentro ou fora das telas, para serem elegíveis para o Prêmio da Academia a partir de 2024. A iniciativa chamada Aperture 2025 possui quatro novas regras, das quais para se qualificar os filmes deverão cumprir ao menos duas.
“Acreditamos que esses padrões de inclusão serão um catalisador para uma mudança essencial e duradoura em nosso setor”, disseram o presidente da Academia David Rubin e o CEO Dawn Hudson em um comunicado conjunto.
Quais são as novas regras do Oscar?
Os longas precisarão se certificar de que sua produção atenda a esses padrões de representação na tela, equipe criativa, ou acesso à indústria e outros critérios – veja a lista abaixo:
- Representação na tela, temas e narrativas;
- Liderança criativa e equipe de projeto;
- Acesso à indústria e oportunidades;
- Desenvolvimento de público.
Não é necessário que o filme cumpra todas essas regras, mas ao menos duas delas. Essas regras incluem atores de grupos sub-representados em papéis significativos ou representando pelo menos 30% do elenco; critérios semelhantes em termos de quem trabalha no filme nos bastidores; um compromisso significativo com aprendizagens remuneradas, estágios e desenvolvimento de carreira; e significativa representação entre as equipes dedicadas ao marketing, publicidade e distribuição.
Para se qualificar através da regra de representação na tela, temas e narrativas, o filme deverá ter pelo menos um protagonista ou ator coadjuvante significativo de um grupo racial ou étnico sub-representado, incluindo também pessoas com deficiência física ou a comunidade LGBTQ.
O que muda com as novas regras do Oscar?
Efetivamente isso não mudará muita coisa, já que os estúdios poderão continuar a fazer os filmes sem representatividade, tanto em tela quanto na direção, que sempre fizeram; Os estúdios podem literalmente pular as regras de representatividade e liderança criativa, continuando a fazer os filmes do mesmo jeito que sempre fizeram.
Os filmes que fizerem isso, precisarão apenas se certificando de que cumprirão as regras de desenvolvimento de público e acesso à indústria, que basicamente é preencher cargos de marketing e programas de estágios com uma equipe mais diversificada.
Essas regras só entram em vigor a partir de 2024, com as produções tendo que se adequar a partir de 2022 – no caso do filme não ser lançado imediatamente, concorrendo assim no ano em que as regras já estarão em vigor.
