Margaret Atwood, J.K. Rowling estão entre as 150 figuras que assinaram carta contra “cultura do cancelamento”

Por Redação Categoria Nerd
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J.K. Rowling, escritora de “Harry Potter”, e Margaret Atwood, autora de “Handmaid’s Tale”, estão dentre as 150 figuras que assinaram uma carta pública condenando a “cultura do cancelamento” veiculada pela Haper’s Magazine, informa a Variety.

Na carta os indivíduos dizem estarem perdendo a liberdade para falar o que pensam, já que podem enfrentar uma reação negativa de quem discorda deles levando a uma condenação e humilhação pública por isso – mesmo que seus comentários sejam ofensivos ou errados. Eles dizem estarem preocupados com as “terríveis conseqüências profissionais” que seus “cancelamentos” poderiam gerar.

“Eu li a carta. É o mesmo velho e chorão bordão sobre a ‘cultura do cancelamento’ de pessoas privilegiadas com grandes audiências queixando-se de enfrentar críticas e consequências em seu discurso”, diz o cientista David Gorski, citado pela publicação. “Eu não estou impressionado”.

Várias das figuras que assinaram a carta experimentaram o “cancelamento” nas mídias sociais, após comentários ofensivos e comportamentos tóxicos do passado terem sido descobertos.

A publicação da carta ocorre depois que Joanne Rowling foi fortemente criticada por escrever uma série de publicações ofensivas, desta vez especificamente contra as mulheres trans e mais recentemente uma controversa sobre as pessoas que tomam medicamentos para saúde mental.

A escritora Margaret Atwood, que também assina a carta contra a “cultura do cancelamento”, também foi um exemplo de figura “cancelada”. Ela enfrentou uma forte reação em 2016, depois de apoiar uma carta apoiando Steven Galloway, depois que ele foi demitido de uma universidade do Canadá quando surgiram relatos de abuso sexual, observa publicação.

“A livre troca de informações e idéias, a força vital de uma sociedade liberal, está diariamente se tornando mais restrita”, alega trecho da carta. “Embora esperemos que isso seja da direita radical, a censura também está se espalhando mais amplamente em nossa cultura: uma intolerância a opiniões opostas, uma moda de humilhação e ostracismo públicos e a tendência de dissolver questões políticas complexas com uma certeza moral ofuscante. Defendemos o valor da contra-fala robusta e até cáustica de todos os setores. Mas agora é muito comum ouvir pedidos de retribuição rápida e severa em resposta a transgressões percebidas da fala e do pensamento”, continua. 

“Precisamos preservar a possibilidade de discordância de boa-fé sem terríveis conseqüências profissionais”, eles dizem. “Se não defendermos exatamente aquilo de que depende nosso trabalho, não devemos esperar que o público ou o estado o defenda por nós”.

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