“Lovecraft Country” foi cancelada e não retornará para uma segunda temporada, confirmou a HBO. A série de horror e ficção sobre o racismo foi estrelada por Jurnee Smollett e Jonathan Majors como viajantes de volta aos EUA segregados de meados do século passado, enfrentando uma infinidade de horres, desde o racismo até a variedade de extraterrestres.
“Não vamos avançar com uma segunda temporada de ‘Lovecraft Country’. Somos gratos pela dedicação e talento artístico do talentoso elenco e equipe, e a Misha Green, que criou esta série inovadora”, disse a HBO em um comunicado. “E para os fãs, obrigado por se juntar a nós nesta jornada”.
Após o sucesso de público e crítica, tanto a HBO quanto a criadora e showrunner do programa, Misha Green, estavam interessados em uma segunda temporada. A decisão de não seguir em frente com outra temporada de “Lovecraft Country” foi tomada em conjunto por todos os envolvidos, de acordo com uma história exclusiva do Deadline de 2 de julho.
Embora o motivo de cancelar “Lovecraft Country” não esteja totalmente claro, a Variety especulou que o cancelamento pode ter acontecido devido aos criadores do programa terem ficado sem muito material original para desenvolver uma nova temporada.
A primeira temporada foi baseada no livro de terror e fantasia de mesmo nome do autor Matt Ruff, a segunda temporada teria visto o criador Misha Green descobrindo uma nova direção para continuar a história e aparentemente esse foi o problema que levou ao cancelamento do programa.
Green inicialmente tinha algumas ideias sobre para onde uma segunda temporada em potencial poderia chegar. Como reporta o SYFY, em outubro do ano passado, ela disse que imaginou uma temporada que “carrega o espírito do romance de Matt Ruff, continuando a reivindicar o espaço de narrativa do gênero que as pessoas de cor normalmente têm sido deixadas de fora”.
Casey Bloys, chefe de conteúdo da HBO e HBO Max, indiciou em fevereiro deste ano em entrevista ao Deadline que “Lovecraft Country” tinha recebido sinal verde para uma segunda temporada, explicando que Green e os roteiristas estavam querendo “tirar algum tempo para descobrir, sem um livro com esses personagens, qual é a jornada que queremos seguir”.
Bloys ainda acrescentou ainda acrescentou: “Todos nós queremos ter certeza de que ela [Misha Green] tem uma história para contar. É onde ela está agora, trabalhando nessas ideias. Estou muito esperançoso, assim como Mischa, então estamos dando a eles tempo para trabalhar”.
Após as notícias do cancelamento, a showrunner compartilhou detalhes sobre a segunda temporada do programa, que de acordo com ela, teria se chamado “Lovecraft Country: Supremacy”. A visão de Green para a segunda temporada ocorreu em um novo país enxertado em um mapa dos Estados Unidos, chamado de “Estados Soberanos da América”.
Lembra as distopias como as de “Jogos Vorazes” ou “The Handmaid’s Tale”, mas com foco na história da nação de violência racial e dos horrores da supremacia branca, estados confederados e segregação.
O mapa é dividido em “Nações Tribais do Oeste” que vão de Michigan à Califórnia, as “Terras Brancas” que se estendem aproximadamente através do Cinturão de Ferrugem até El Paso, a “Nova República do Negro” situada no Sul e a “Comunidade de Jefferson” no Nordeste dos EUA. Veja abaixo:
O Deadline relatou que o mapa distópico era apenas uma seção de “uma Bíblia de mais de 75 páginas que foi criada para uma segunda temporada de Lovecraft Country”, que agora não acontecerá.
“Lovecraft Country” segue Atticus Freeman (Majors) quando ele se encontra com sua amiga Letitia (Smollett) e seu tio George (Courtney B. Vance) para fazer uma viagem por Jim Crow America dos anos 1950 em busca de seu pai desaparecido (Michael Kenneth Williams). Ao longo do caminho, o grupo encontra terrores racistas e monstros horríveis.
Mas há mais do que o mal sobrenatural em “Lovecraft Country”. Embora a história da série e do livro em que é baseada lide com a mesma estranheza e monstros de outro mundo em que o trabalho original de Lovecraft, ele também vira o legado difícil e perturbador do autor.
O próprio Lovecraft era um racista e anti-semita declarado em sua vida pessoal. O livro de Ruff puxa esse “legado” para a história e o paralela diretamente à história do racismo nos EUA, os anos 1950.
Aparentemente os criadores de “Lovecraft Country” nunca encontraram a história ideal para a segunda temporada, como especula a Variety. De qualquer forma, todos os 10 episódios da série estão no HBO Max.
