J.K. Rowling se alinha à Donald Trump ao assinar carta contra “cultura do cancelamento”

Por Redação Categoria Nerd
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A autora de “Harry Potter”, J.K. Rowling, tem sido manchetes nas últimas semanas por seus comentários potencialmente tóxicos e agora ela, que já criticou Donald Trump, está se alinhando ao mandatário dos EUA, ao assinar uma carta contra uma suposta “cultura do cancelamento”.

Na carta pública assinada por Joanne e outras 150 figuras e publicada pela Haper’s Magazine, eles condenam a prática de “humilhar publicamente” personalidades nas mídias sociais por seus comentários ofensivos ou comportamentos passados de cunho racista, sexista, abusivo dentre outros, fazendo um “cancelamento” desta figura.

Donald Trump foi eleito presidente dos EUA em 2016, desde então Joanne Rowling tem sido uma crítica dele. Foto/The Intercept

Os indivíduos da carta dizem que estão perdendo a liberdade para falar o que pensam sem ter que enfrentar uma reação pública de condenação por isso – mesmo que seus comentários sejam ofensivos ou errados. Embora eles reconheçam que isso é uma atitude da extrema direita, eles dizem que isto está se tornando parte da cultura.

Joanne assina esta carta sobre uma suposta “cultura do cancelamento” pouco tempo depois de experimentar ser “cancelada” nas mídias sociais após seus mais recentes comentários ofensivos, desta vez especificamente contra as mulheres trans e mais recentemente uma controversa sobre as pessoas que usam medicamentos de saúde mental.

Ao assinar a carta, Rowling está se alinhando à Donald Trump, persona que ela foi crítica por anos, não sobre políticas extremistas do mandatário mas mais especificamente sobre seu comportamento e falas sobre as mulheres.

Trump em seu recente discurso no Dia da Independência dos EUA criticou a suposta “cultura do cancelamento”, de acordo com a BBC, criticando ainda àqueles que querendo mudanças e estão derrubando monumentos que homenageiam figuras historicamente racistas.

A escritora Margaret Atwood, que também assina a carta contra a “cultura do cancelamento”, também foi um exemplo de figura “cancelada”. Ela enfrentou uma forte reação em 2016, depois de apoiar uma carta apoiando Steven Galloway, depois que ele foi demitido de uma universidade do Canadá quando surgiram relatos de abuso sexual, observa publicação da Variety.

“A livre troca de informações e idéias, a força vital de uma sociedade liberal, está diariamente se tornando mais restrita”, alega trecho da carta. “Embora esperemos que isso seja da direita radical, a censura também está se espalhando mais amplamente em nossa cultura: uma intolerância a opiniões opostas, uma moda de humilhação e ostracismo públicos e a tendência de dissolver questões políticas complexas com uma certeza moral ofuscante. Defendemos o valor da contra-fala robusta e até cáustica de todos os setores. Mas agora é muito comum ouvir pedidos de retribuição rápida e severa em resposta a transgressões percebidas da fala e do pensamento”, continua. 

“Precisamos preservar a possibilidade de discordância de boa-fé sem terríveis conseqüências profissionais”, eles dizem. “Se não defendermos exatamente aquilo de que depende nosso trabalho, não devemos esperar que o público ou o estado o defenda por nós”.

No entanto, algumas das figuras que assinaram a carta pediram a remoção de seus nomes. A historiadora Kerri K. Greenidge, que aparece na lista de assinaturas original, veio a público dizer que “não endossa” a carta e pediu a retirada do seu nome.

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