J.K. Rowling devolve prêmio de Direitos Humanos

Por Redação Categoria Nerd
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J.K. Rowling, a autora de “Harry Potter” e tweets horríveis, emergiu em um novo escândalo depois que ela disse estar devolvendo o Prêmio de Direitos Humanos Robert F. Kennedy, que por algum motivo tinha sido concedido à ela no ano passado.

Joanne Rowling toma essa atitude depois de não saber lidar com as críticas e observações que a presidente da fundação, Kerry Kennedy, fez sobre os seus comentários e crenças ofensivas contra muitas pessoas, que acabaram constrangendo a família de Kennedy.

Kerry Kennedy ao lado de Joanne Rowling com o prêmio que por algum motivo tinha sido dado pra ela. Foto/BBC News

Kerry Kennedy emitiu em 3 de agosto uma declaração detalhada, explicando que para sua “consternação” Joanne esteve publicando declarações “profundamente perturbadoras” constantemente ao longo dos últimos meses.

O profundo texto publicado pela organização focada em Direitos Humanos, detalha que Joanne “escreveu de forma constante e desdenhosamente sobre transgêneros” – citando também o textão de 3.700 palavras que apareceu no blog de Rowling, no qual ela se aprofundou ainda mais no seu preconceito.

Ela explica que procurou a autora “para expressar minha profunda decepção” por Rowling ter escolhido usar seu tempo “para criar uma narrativa que diminui a identidade de pessoas trans e não binárias, minando a validade e integridade de toda a comunidade transgênero – uma que desproporcionalmente sofre de violência, discriminação, assédio e exclusão e, como resultado, apresenta altas taxas de suicídio, tentativas de suicídio, falta de moradia e danos físicos e mentais”.

“Mulheres trans negras e jovens trans em particular são o alvo”, acrescentou Kennedy. “A ciência é clara e conclusiva: o sexo não é binário. Direitos trans são direitos humanos”, ela explica em outro ponto da declaração.

Joanne Rowling achou que seria necessário publicar no seu blog que estava “profundamente triste que RFKHR tenha se sentido compelido a adotar essa postura, nenhum prêmio ou honra, não importa o quanto eu tenha de admiração pela pessoa que o recebeu, significa tanto para mim que eu perderia o direito de seguir os ditames de minha própria consciência”.

Joanne continuou alegando que ela não é preconceituosa ou “responsável por danos a pessoas trans”; mas conforme relata publicação da Vanity Fair, J.K. Rowling está se distanciando dos Direitos Humanos.

“Por causa do sério conflito de pontos de vista entre mim e RFKHR, sinto que não tenho opção a não ser devolver o prêmio Ripple of Hope concedido a mim no ano passado”, ela teve tempo de escrever.

Em junho de 2020 as ofensas de J.K. Rowling tomaram proporções inacreditáveis, culminando em uma série de declarações citando a terapia da conversão e sugerindo que pessoas que tomam remédios para saúde mental eram preguiçosas; Isso depois que ela passou anos curtindo comentários ofensivos nas redes sociais.

Mas estas declarações de cunho ofensivo parecem ser apenas a ponto do iceberg de preconceito contra a comunidade LGBTQ+ por parte de Rowling. Conforme observa publicação do ComicBook, Joanne publica livros usando o pseudônimo de Robert Galbraith, uma alusão ao infame conhecido como “o homem que fritava o cérebro dos gays”.

Joanne Rowling foi amplamente criticada por especialistas e até por aqueles que a tornaram uma pessoa milionária – incluindo a estrela dos filmes “Harry Potter”, Daniel Radcliffe e Emma Watson, a estrela de “Animais Fantásticos”, Eddie Redmayne, e a Warner Bros., esta última apenas se distanciou dos comentários ofensivos de Rowling.

Até os maiores sites de fãs de suas histórias se distanciaram dela. Rowling também fez questão de apagar um tweet elogiando o icônico autor Stephen King, depois que ele defendeu os direitos das mulheres trans.

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