J.K. Rowling, autora de “Harry Potter”, enfrenta críticas depois de se envolver novamente em comentários “transfóbicos”

Por Redação Categoria Nerd
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J.K. Rowling, a criadora da saga “Harry Potter”, está sob fogo novamente sendo severamente criticada depois de fazer um comentário controverso em um artigo sobre “pessoas que menstruam”, visto como transfóbico, seguido de publicações criticando àqueles que acreditam que o sexo designado de uma pessoa no nascimento não é “real”, aparentemente misturando sexo com gênero. No entanto, esta não é a primeira vez que Rowling está envolvida neste tipo de comentário.

“‘Pessoas que menstruam.’ Tenho certeza de que costumava haver uma palavra para essas pessoas. Alguém me ajude. Wumben? Wimpund? Woomud?”, ela escreveu em uma publicação no Twitter se referindo a palavra “mulher” em inglês.

Em um tweet de acompanhamento, ela escreveu: “Conheço e amo pessoas trans, mas apagar o conceito de sexo remove a capacidade de muitos discutirem significativamente suas vidas. Não é ódio falar a verdade”.

“Se o sexo não é real, não há atração pelo mesmo sexo. Se o sexo não é real, a realidade vivida das mulheres em todo o mundo é apagada. Conheço e amo pessoas trans, mas apagar o conceito de sexo remove a capacidade de muitos de discutir suas vidas de maneira significativa. Não é ódio falar a verdade”, escreveu Rowling no Twitter.

Em resposta, a atriz Jameela Jamil e a fundação Glaad, pediram a Rowling, que se ela é tão a favor dos direitos das pessoas trans quanto diz, deveria “compartilhar uma parte de sua mega riqueza de US$ 650 milhões” para uma instituição que ajude as pessoas trans negras, argumentando que estas sofrem mais discriminação, uma vez que pertencem a dois grupos que são sistematicamente discriminados.

https://twitter.com/jameelajamil/status/1269502275157807105
“Ei, JK, como você afirma apoiar os direitos trans e este é um momento histórico em que estamos discutindo globalmente o impacto da supremacia branca sobre os negros, compartilhe parte de sua mega riqueza de US$ 650 milhões com esta instituição de caridade”, respondeu Jameela Jamil.

Mas nada disso pareceu ter efeito sobre Rowling, que acrescentou ao seu tweet: “A ideia de que mulheres como eu, que são empáticas em transpor pessoas por décadas, sentem parentesco porque são vulneráveis ​​da mesma maneira como as mulheres – ou seja, a violência masculina – ‘odeiam’ pessoas trans porque pensam que o sexo é real e teve consequências – é um absurdo”.

“Respeito o direito de toda pessoa trans de viver da maneira que lhe parecer autêntica e confortável. Eu marcharia com você se você fosse discriminado por ser trans. Ao mesmo tempo, minha vida foi moldada por ser mulher. Não acredito que seja odioso dizer isso”, ela finaliza.

Vale ressaltar que esta não é a primeira vez que Rowling é severamente criticada por suas opiniões controversas. Em dezembro passado, ela saiu em defesa de uma pesquisadora Maya Forstater, que fez comentários transfóbicos.

Desde 2018, ela também curtiu uma série de comentários de cunho transfóbico nas redes sociais. No entanto, seus representantes disseram que ela estava curtindo “sem querer” as postagens ao segurar seu smartphone de forma incorreta, negando que ela seja transfóbica.

Para os fãs, dado seu histórico mais “progressista”, e o fato de ela ter escrito personagens que lutam pelos direitos dos outros, como na franquia “Harry Potter”, muitos de seus leitores afirmam que essas opiniões parecem “bizarras” e “contraditórias” às crenças de seus heróis.

Apesar de que alguns criticam os seus livros repetidamente por sua “brancura esmagadora”, falta de representação de minorias e a representação estereotipada de minorias nos poucos casos em que estão incluídas.

Atualmente, Rowling está escrevendo o terceiro filme de “Animais Fantásticos”, que deve estrear em 2021, e está lançando o livro “O Ickabog” gratuitamente na internet para incentivar a criatividade das crianças durante a pandemia de coronavírus.

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