Ex-funcionário do Twitter é condenado por ajudar Arábia Saudita a espionar críticos

Por Redação Categoria Nerd
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Um ex-funcionário do Twitter foi condenado por espionar usuários para Arábia Saudita. Ele entregou informações pessoais de usuários da plataforma que publicavam críticas ao país e sua família real.

Ahmad Abouammo, um residente dos EUA nascido no Egito, foi condenado por um júri na terça-feira, 9 de agosto, após duas semanas de julgamento na Califórnia, informou a Bloomberg.

Ele foi considerado culpado de uma série de acusações, das quais incluíam atuar como agente de espionagem da Arábia Saudita, lavagem de dinheiro, conspiração para cometer fraude eletrônica e falsificação de registros.

Logo do Twitter empilhados. Foto: Economic Times

Abouammo, que atuou como gerente de parceria de mídia do Twitter em 2015, alegou que estava fazendo seu trabalho promovendo a nascente rede de mídia social no Oriente Média e Norte da África.

Os procuradores afirmaram que o relacionamento de Abouammo com um dos principais assessores de Mohammed bin Salman (MBS), que agora é governante da Arábia Saudita, foi muito mais longe para ajudar o príncipe herdeiro a silenciar seus críticos.

O júri viu provas de que Abouammo recebeu US$ 300 mil em transferências eletrônicos e um relógio Hublot – que os procuradores disseram ser subornos do assessor do MBS, Bader Al-Asaker, em troca de informações confidenciais de usuários do Twitter dissidentes da Arábia Saudita.

Os procuradores do caso, no entanto, foram proibidos por uma decisão judicial de dizer aos jurados explicitamente que os EUA e as organizações de direitos humanos acreditam que a Arábia Saudita sob o comando de MBS deteve e torturou secretamente seus críticos.

No entanto, eles sugeriram as práticas brutais do regime da Arábia Saudita por meio de uma testemunha especializada que testemunhou sobre a mudança política e cultural no país. Uma outra testemunha disse aos jurados que seu irmão foi silenciado em 2018 depois que ele postou críticas satíricas ao país no Twitter.

Angela Chuang, defensora pública federal que representa Abouammo, disse aos jurados que o caso foi produto de uma investigação mal feita e do tratamento descuidado do Twitter com os dados de seus usuários. 

Os EUA permitiram que outro alvo de sua investigação, o suposto comparsa de Abouammo, Ali Alzabarah, que trabalhava no Twitter como engenheiro, fugisse para a Arábia Saudita apesar de estar sob vigilância, disse Chuang.

“Tanto o governo quanto o Twitter precisam de uma maneira de salvar a cara”, disse Chuang ao júri. Os EUA deixaram seu principal suspeito escapar e o Twitter jogou Abouammo “debaixo do ônibus”, disse ela. 

“Este caso é o melhor que eles poderiam inventar?” ela questionou, embora isso não inocentasse seu cliente.

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