Jennette McCurdy revelou em seu livro, “I’m Glad My Mom Died”, que a Nickelodeon ofereceu a ela US$ 300 mil em “dinheiro secreto” para que ela ficasse quieta sobre o abuso que sofreu.
A ex-estrela de “iCarly” – programa criado por Dan Schneider – não menciona o nome do seu agressor, se referindo a ele apenas como “O Criador”.
Em seu novo livro – que será lançado em 9 de agosto – McCurdy detalha como eram os bastidores dos programas infantis da Nickelodeon, “iCarly” e “Sam & Cat” (ambos criados e chefiados por Schneider), que por trás da fachada divertida eram comandados por um chefe abusivo.
Em trechos do livro revelados pela Vanity Fair, McCurdy fala sobre uma das muitas interações inadequadas que sofreu de seu chefe ao longo dos anos que trabalhou nas séries: “Eu quero dizer alguma coisa, dizer a ele para parar, mas estou com tanto medo de ofendê-lo”.
McCurdy interpretou Sam Puckett por seis temporadas em “iCarly” antes de liderar a série spin-off “Sam & Cat”, co-estrelada por Ariana Grande e que durou apenas uma temporada.
Escrevendo sobre seus últimos dias na Nickelodeon, a atriz contou sobre o dia que descobriu que sua série estava sendo cancelada. Um agente disse a ela que a Nickelodeon estava “oferecendo a [ela] US$ 300 mil” e que ela deveria “pensar nisso como um presente de agradecimento”.
“Eles estão te dando US$ 300 mil e a única coisa que eles querem que você faça é nunca falar publicamente sobre sua experiência na Nickelodeon”, um de seus gerentes disse a ela.
McCurdy explicou que seu empresário estava falando sobre experiências “especificamente relacionadas ao Criador”.
McCurdy, no entanto, rejeitou a oferta. Embora sua equipe tenha dito que era “dinheiro grátis”, ela se lembra de ter respondido: “Não, não é. Isso não é dinheiro grátis. Isso me parece como um dinheiro secreto… eu não estou aceitando um dinheiro secreto”.
“Que porra é essa? A Nickelodeon está me oferecendo US$ 300 mil em dinheiro para não falar publicamente sobre minha experiência no programa? Minha experiência pessoal do abuso do Criador? Esta é uma rede com programas feitos para crianças”, escreve McCurdy. “Eles não deveriam ter algum tipo de bússola moral? Eles não deveriam pelo menos tentar se reportar a algum tipo de padrão ético?”
Ela continua: “Eu me inclino contra a cabeceira da minha cama e cruzo as pernas na minha frente. Estendo meus braços atrás da cabeça e os descanso ali em um gesto de orgulho. Quem mais teria a força moral? Acabei de recusar US$ 300 mil”.
O livro de memórias de McCurdy será lançado em 9 de agosto. Acesse o site da Vanity Fair para ler o trecho de “I’m Glad My Mom Died” na íntegra.
