O CEO da Disney, Bob Chapek, confirmou que o estúdio mudará sua política de contrato após o processo de Scarlett Johansson para recuperar seus ganhos financeiros depois que a Disney lançou “Viúva Negra” no Premier Access do Disney+, aparentemente quebrando seu contrato com Johansson, prejudicando os ganhos financeiros da estrela.
De todos os filmes que estrearam no Premiere Access do Disney+, foi “Viúva Negra” que mais causou problemas. Embora arrecadasse muito dinheiro para a Disney, no final de julho, a estrela do filme surpreendeu a indústria ao processar a Disney por quebra de contrato devido ao lançamento simultâneo do seu filme no serviço de streaming do estúdio.
Johansson argumentou no processo que a Disney se comprometeu a lançar “Viúva Negra” exclusivamente nos cinemas e, ao não fazer isso, fez com que ela perdesse milhões de dólares em bônus de bilheteria que lhe seriam de direito.
Agora a Disney está trabalhando para evitar futuros processos.
Conforme relatado pelo Deadline, o CEO da Disney disse na 30ª Conferência Anual da Communacopia do Goldman Sachs que o estúdio ajustará seus contratos de atores no futuro. “A Disney tem uma longa história de negócios muito simbióticos e cooperativos com o talento e continuaremos”, começou Chapek. “Certamente o mundo está mudando e os negócios de talentos daqui para frente terão que refletir o fato de que o mundo está mudando”.
Chapek explicou melhor a abordagem do estúdio: “Estamos em um momento em que os filmes foram concebidos sob um entendimento sobre o que o mundo seria, porque, francamente, não mudou muito”, disse ele. “Lembre-se de que esses filmes foram feitos há três ou quatro anos; esses negócios foram fechados há três ou quatro anos. Em seguida, eles são lançados no meio de uma pandemia global, onde a própria pandemia está acelerando uma segunda dinâmica, que é essa mudança no comportamento do consumidor. Então, estamos colocando um pino quadrado em um buraco redondo agora, onde temos um acordo concebido sob um certo conjunto de condições, que na verdade resulta em um filme que está sendo lançado em um conjunto de condições completamente diferentes”.
“No final das contas, vamos pensar sobre isso enquanto fazemos nossos negócios de talentos futuros e planejamos isso e nos certificamos de que isso seja incorporado”, continuou Chapek. “Mas agora temos esse tipo de posição intermediária, onde estamos tentando fazer o certo pelo talento, acho que o talento está tentando fazer o certo por nós, e estamos apenas descobrindo uma maneira de preencher a lacuna. Em última análise, acreditamos que nosso talento é nosso ativo mais importante e continuaremos a acreditar que, como sempre fizemos, iremos compensá-los de forma justa de acordo com os termos do contrato que eles firmaram conosco”.
A compensação adequada dos talentos por trás de um filme quando a produção é levada para um lançamento em plataformas de streaming tornou-se um tópico importante na indústria cinematográfica, principalmente em meio a uma pandemia que fechou cinemas de todo o mundo ou os colocou para funcionar em metade de suas capacidades.
A Warner Bros. fez as manchetes no ano passado ao anunciar que todos os seus filmes de 2021 estariam sendo lançados simultaneamente nos cinemas e no HBO Max, porém o estúdio negociou com as estrelas e as mentes criativas por trás dos filmes; o estúdio teve que renegociar acordos para o lançamento de filmes como “Mulher-Maravilha 1984” e “Godzilla vs. Kong” e com estrelas como Gal Gadot, Margot Robbie e Will Smith.
A base do processo da viúva negra de Johansson é que a Disney não fez tal coisa, apesar dos esforços iniciais por parte da atriz. Enquanto outras estrelas da Disney como Dwayne Johnson e Emma Stone optaram por não processar, está claro que o processo de Johansson enviou uma mensagem.
Com observa o ScreenRant, a fala de Chapek também indica que a Disney continuará a dar prioridade ao seu serviço de streaming no futuro, o que não é surpreendente considerando os últimos movimentos da corporação.
