Deborah Dugan, a primeira mulher presidente do Grammy, é demitida do cargo

Por Redação Categoria Nerd
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A Academia da Gravação – responsável pelo Grammy Awards – votou na segunda-feira (2) para demitir a presidente e CEO, Deborah Dugan, após “exaustivas” investigações. Ela assumiu o cargo em agosto, substituindo Neil Portnow, que chefiou a Academia da Gravação por 17 anos.

Dugan afirma que está “decepcionada” por sua demissão, apesar de que não estar “surpresa”, acusando a Academia de ter um “padrão” para “lidar com denunciantes”.

A informação não é realmente uma surpresa, no inicio do ano a executiva havia sido afastada do cargo após acusações de “má conduta”.

Em comunicado apresentado após seu afastamento, seus advogados afirmam que as acusações de má conduta contra Dugan são “falsas” e destinadas a “prejudicar sua reputação”.

Deborah Dugan em foto tirada por Rozette Rago para a Rolling Stone. Foto/Rolling Stone

Em janeiro, ela também apresentou uma série de acusações formais à Comissão de Igualdade de Oportunidades de Emprego incluindo supostas irregularidades em votações e indicações devido a “mentalidade e abordagem de governança do ‘clube dos meninos’ na Academia”.

Ela acusou a Academia de pagar uma taxa alta e desnecessária para escritórios de advocacia e também uma enorme taxa de consultoria ao seu antecessor, Neil Portnow.

Dugan afirmou ainda que foi assediada sexualmente pelo advogado musical Joel Katz (acusação que ele negou). Ela também acusou Portnow de estupro, no entanto, não forneceu provas, nem testemunhas.

Deborah Dugan e Neil Portnow, seu antecessor no cargo de presidente e CEO da Academia da Gravação. Foto/Reprodução

O Conselho da Academia da Gravação votou para a demissão de Dugan afirmando que a decisão ocorreu após “exaustivas e caras investigações sobre a sra Dugan e as alegações feitas contra ela e por ela”. O comunicado ainda afirma que essas investigações foram conduzidas por pessoas que não tinham relacionamento com a organização e a executiva.

Não está claro se algum tipo de acordo foi discutido, mas a organização afirma que não pode recompensá-la por seus comportamentos: “Não podemos recompensá-la com um acordo lucrativo e, assim, estabelecer um precedente de que comportamentos como o dela não têm conseqüências”, diz o documento.

O Conselho também citou “deficiências e falhas consistentes de gerenciamento e outros fatores” para reforçar as razões para a demissão de Dugan: “Não era isso que eles queriam ou esperavam quando contrataram Dugan no ano passado. Embora ela tenha feito algumas contribuições valiosas, Dugan falhou em desempenhar suas funções como prometido e esperado”.

“Fui recrutada e contratada pela Academia de Gravação para fazer mudanças positivas; infelizmente, não fui capaz de fazer isso como seu CEO”, disse Dugan em comunicado na segunda-feira (2). “Embora eu esteja decepcionado com esse último desenvolvimento [a sua demissão], não estou surpresa, dado o padrão da Academia de lidar com denunciantes”.

“Então, em vez de tentar reformar a instituição corrupta por dentro, continuarei trabalhando para responsabilizar aqueles que continuam se autodestruindo, contaminando o processo de votação do Grammy e discriminando mulheres e pessoas de cor. Os artistas merecem melhor. Para mim , esse é o verdadeiro significado de ‘intensificar'”.

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