“Selma”, de Ava DuVernay, foi um dos filmes mais aclamados pela crítica de 2014. No entanto, o longa acabou sendo indicado a apenas dois Oscars: Melhor Filme e Melhor Canção Original, ficando de fora das categorias de direção, roteiro e atuação. O que aconteceu? De acordo com relatos do protagonista do filme, David Oyelowo, confirmado pela diretora, alguns membros da Academia boicotaram o filme depois que a equipe e elenco fizeram protesto contra o assassinato de um negro pela polícia dos EUA.
David Oyelowo, que interpretou Dr. Martin Luther King Jr. no filme, disse ao Screen Daily que “Selma” foi boicotado por que a equipe e elenco usaram camisetas escritas “I Can’t Breathe” (Eu não consigo respirar) na época do lançamento do filme em protesto pelo brutal assassinato de Eric Garner, que foi sufocado até a morte pela policia em julho de 2014.
“Lembro que na premiere de Selma usamos a camiseta ‘Não consigo respirar’ em protesto. [Alguns] membros da Academia chamaram o estúdio e nossos produtores e disseram: ‘Como eles ousam fazer isso? Por que eles estão mexendo na merda?’ e ‘Não vamos votar nesse filme, porque achamos que não é a posição deles fazer isso’”, disse.
DuVernay confirmou a história no Twitter: “história verdadeira”, ela escreveu republicando a matéria.
“Ava & David, nós ouvimos você. Inaceitável. Nós somos comprometidos para o progresso”, respondeu a Academia do Oscar – veja abaixo:
A Academia trabalhou para reconhecer produções com representatividade nos anos seguintes, incluindo o reconhecimento de filmes como “Moonlight” e “Parasita”, ambos levaram o prêmio de Melhor Filme, e mostra que existe algum progresso.
“Selma” está disponível no catálogo da Netflix.
