A equipe por trás de “Luca” revela refeições italianas favoritas

Por Redação Categoria Nerd
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TRENETTE AL PESTO! - o trio de novos amigos do novo filme da Pixar, "Luca", que estreia no Disney+ em 18 de de junho. © 2021 Disney/Pixar. All Rights Reserved.

Acredite: você não quer assistir “Luca” com o estômago vazio.

O novo filme da Pixar, que estreará no Disney+ esta semana, é uma homenagem sincera da cultura italiana, e parece que um dos objetivos do filme é fazer você ficar com vontade de comer com suas representações incrivelmente realistas de gelato, massa fresca e sanduíches enormes.

O diretor do filme, Enrico Casarosa (que dirigiu o aclamado curta da Pixar de 2011, “La Luna”), é natural da cidade de Gênova, na região da Ligúria, na Itália, onde o pesto foi originalmente inventado. “Eu adoro pesto. Eu diria que pesto é realmente top”, disse ele ao SYFY Wire sobre seu prato nativo favorito, se referindo ao molho típico italiano.

“Vou te dar dois”, ele continua. “Tem o trofie al pesto, que é uma massa específica de Gênova. Fizemos um trenette al pesto [no filme], que é muito parecido. Foi visualmente mais interessante porque eles são muito mais longos, então queríamos que se divertissem com a bagunça”, Casarosa conta. “E, ainda tem o Pansoti con Salsa di Noci, que é um tipo de ravióli de Gênova com molho de nozes, que é delicioso. Eu o recomendo. Costumamos fazer no Natal. Rolamos a massa e colocamos espinafre e recheio de ricota, e então você tem este maravilhoso molho cremoso de nozes sobre ele”.

Os dois protagonistas de “Luca”, da Pixar. Foto: Disney/Pixar (SYFY WIRE)

Jack Dylan Grazer (que você pode ter visto em “Shazam!”) dá voz ao novo amigo confiante de Luca, Alberto Scorfano, diz que escolher uma refeição italiana favorita seria algo “como escolher uma criança” favorita. Porém, mesmo assim, ele escolhe um favorito: “é penne à bolonhesa, mas eu adoro massa, cara. Eu amo massa” – sim todos nós, incluindo a diabetes.

O filme é inspirado pelo melhor amigo do diretor desde sua infância; na história, Alberto leva o tímido Luca Paguro (cujo a voz no original é de Jacob Tremblay, o menino de “O Quarto de Jack”) para uma aventura, ensinando-lhe tudo sobre o mundo da superfície dos humanos. Ah sim, mencionamos que os meninos são monstros marinhos? Pois é. E, assim como em “A Pequena Sereia”, Luca desafia seus pais superprotetores – Daniela (Maya Rudolph, a juíza de “The Good Place”) e Lorenzo (Jim Gaffigan) – para explorar as alegrias infinitas do mundo da superfície.

Gaffigan (que não é italiano) aprecia criações ítalo-americanas como a famosa pizza de prato fundo de Chicago, dizendo coisas como “você come um pedaço e fica satisfeito, mas eu ainda continuo comendo. E então eu meio que tendo por dentro uma dor física por comer demais”, diz o comediante.

Ele ainda compartilhou sua experiência gastronômica na Itália: “Quando eu estava namorando minha esposa e fomos para Roma, pousamos e estávamos andando e fomos para o equivalente a um 7-11. Comemos algo porque estávamos com fome. E foi incrível! Então, lá é algo sobre a Itália em que você fica tipo, ‘Sério?! Até a comida do seu posto de gasolina é boa?!'”

Luca e Alberto decidem fugir de casa, o que os leva à cidade pesqueira à beira-mar de Porto Rosso (uma homenagem ao amor do diretor pelo anime “Porco Rosso”, do Studio Ghibli) – uma cidade que, por um acaso, seus cidadãos são obcecados por caçar monstros marinhos. É aqui que fazem amizade com Giulia Marcovaldo (Emma Berman), uma garota indisciplinada que passa as férias de verão com seu pai pescador, rude e emburrado chamado Massimo (Marco Barricelli).

“Gosto muito de capelli d’angelo, que é a minha massa favorita”, diz Berman se referindo à um tipo muito fino e de massa longa, semelhante ao espaguete em comprimento e, às vezes, comercializado como “macarrão Cabelo de Anjo” ou simplesmente capellini. “Eu também gosto de fazer porque é menor, então não sai da frigideira nem pega fogo”, ela admite.

“Na verdade, uma vez eu fiz isso acidentalmente quando estava fazendo macarrão. Eu realmente gosto de macarrão fino normalmente, mas são coisas tão deliciosas”, Berman acrescenta, antes de listar seus outros pratos favoritos: “Tem todas as sobremesas. Tem gelatos e todas as coisas deliciosas como pizzas e então, é muito difícil escolher, mas devo dizer que minha parte preferida da comida italiana seria massa”.

Depois de conseguir o papel de Guilia, Berman visitou seu restaurante italiano local e se conectou com um dos garçons de lá. “Tivemos algumas pequenas sessões em [aplicativos de videochamadas] nas quais ele me ensinou um pouco de italiano e me apresentou a um professor de italiano”, ela conta. “Eu simplesmente amo como isso é musical. Há uma melodia nisso. É literalmente a linguagem mais linda que já ouvi. Não é à toa que cantam a maioria das óperas em italiano”.

Um trecho do filme “Luca”, da Pixar. Foto: Disney/Pixar (SYFY WIRE)

Apesar de todo o filme se desenrolar na Riviera italiana, Casarosa não teve problemas em empregar um elenco de voz predominantemente estadunidense, principalmente quando se tratava do lado dos monstros marinhos da história. “Os monstros marinhos precisavam ser mais estranhos a este mundo, então percebemos que precisávamos encontrar uma lógica para o filme”, explica o diretor. “É o tipo de lógica que se você olhar muito profundamente, pode haver alguma quebra, mas é o [tipo] que você não pensa. E então, percebemos que os monstros marinhos sendo americanos poderiam ser mais neutros”.

“Eu acho tivemos margem de manobra com nossos protagonistas porque eles são estranhos a este mundo e não o entendem completamente, então gostamos um pouco desse contraste”, ele acrescentou.

Graças à pandemia, no entanto, o diretor conseguiu encontrar artistas italianos como Barricelli e o comediante Saverio Raimondo, que interpreta o arrogante valentão de Porto Rosso, Ercole Visconti. “Sempre que podíamos, precisávamos do italiano”, acrescenta Casarosa. “E isso aconteceu de forma interessante quando a pandemia atingiu. Percebemos: ‘Bem, na verdade, estamos gravando todo mundo remotamente. Vamos ligar para a Itália’, o que não é exatamente algo que fizemos imediatamente porque normalmente trabalhamos juntos. Então, isso foi um interessante fresta de esperança das limitações da pandemia”.

Na maior parte, o elenco gravou suas falas em casa. “Meus pais e eu construímos este pequeno estúdio à prova de som e isso foi muito legal porque eles me enviaram o equipamento”, revela Berman. “Tivemos sessões de Zoom e gravei em minha pequena cabine e foi meio divertido porque eu também consegui ser uma engenheira de som”.

“Eles nos enviaram todo esse equipamento para instalar no armário da minha mãe e eu e minha mãe [estávamos] tentando descobrir isso”, relembra Grazer. “Nunca dê uma tarefa para eu e minha mãe descobrirmos porque depois de 30 minutos, estaremos latindo um para o outro”.

“Mas foi divertido”, ele acrescenta, relembrando que “houve momentos em que eu gritava, ‘ME AJUDAAAA!!!’ e ‘ANDIAMOOO!!!’” – aqui vamos nós, em italiano – “[Meus vizinhos] provavelmente ficaram assustados. Isso durou um ano. Eles provavelmente estavam tipo, ‘O que esse garoto está tramando?! O que está acontecendo?!'”

Os protagonistas de “Luca” em cena do filme da Pixar. Foto: Disney/Pixar

Embora o diretor quisesse que seus atores conseguissem falar corretamente certas pronúncias para palavras como “Alberto” e “spaghetti”, ele ainda fazia questão de permitir que eles dessem seu próprio sabor às apresentações. “Ele me deu muita liberdade para explorar o personagem e improvisar”, Grazer conta. “Há muita coisa improvisada no filme, o que é muito legal de ver na animação porque mostra que eles adicionariam outra maneira de moldar a animação no que eu disse. Parece uma contribuição legal. Enrico realmente nos colocou ‘uma coleira solta’ e me deixou realmente brincar com o personagem e me divertir”.

“Algo que [o diretor] me ensinou foi a confiar em meus instintos como atriz porque ele me deixava improvisar às vezes e isso era muito legal”, acrescenta Berman. “Eu posso dizer: ‘Hmmm, como eu diria esta linha?’ Mesmo que geralmente fosse muito parecido com Guilia, onde eu pude adicionar uma piadinha no final, ou apenas confiar em meus instintos e isso foi algo muito importante que ele me ensinou”.

O comediante Jim Gaffigan tem uma explicação: “Se a Pixar pede que você faça algo, você fica tipo, ‘Obrigado’. Não é apenas seu sucesso, é sua consistência de qualidade. Você sabe que não vai ser lixo”. Ok.

Os dois garotinhos protagonistas de “Luca” são também monstros marinhos. Foto: Disney/Pixar

Como observa o SYFY Wire, “Luca” compartilha algum DNA com alguns de seus antepassados das propriedades ​​da Disney, incluindo “A Pequena Sereia”, “Monstros SA” e “Procurando Nemo”. Por exemplo, assim como a Ariel, Luca anseia por se aventurar no mundo da superfície e é totalmente fascinado pelos objetos humanos que afundam no fundo do mar.

Sobre essa e outras semelhanças, o diretor explica que o objetivo era separar seu projeto do que o antecedeu tornando-o o mais “específico” possível e, para atingir esse objetivo, ele precisava que o Porto Rosso e as águas e praias ao seu redor fossem a imagem perfeita do que você realmente encontraria na Itália.

“Tem essa cor da água – é por isso que eu tive que levar a equipe lá para mostrar a eles”, ele conta. “Tem azul cobalto e [também] é bastante íngreme. Tem montanhas e mar. É maravilhosamente único e específico. Todas as praias têm muitos seixos em vez de areia, por exemplo”.

Casarosa diz que até “os sons são diferentes” por lá. “Quando decidimos escolher o som das ondas, foi muito difícil encontrar o certo. Demorámos um pouco. Há alguns ecos de ‘A Pequena Sereia’, mas eu sinto que a especificidade de trazer um mundo verdadeiro e encontrar os verdadeiros detalhes maravilhosos é o que o separa”, ele diz.

O mundo da superfície de “Luca”, da Pixar. Foto: Disney/Pixar

A especificidade da casa submarina de Luca acabou se encaixando perfeitamente nos temas gerais do filme de crescer e se encontrar. “Quando você está nele, não consegue ver muito longe e pensamos: ‘Perfeito! Temos uma criança que quer mais. Temos uma criança cujo mundo não deveria ser expansivo’”, finaliza Casarosa. “‘É lindo, é colorido, mas e se preenchermos esse belo contraste quando ele estiver lá fora na superfície?’ Então, usamos esses contrastes a nosso favor. Agora os sons são nítidos, o foco está ao redor dele e, portanto, adorei poder brincar com o contraste ali também”.

“Luca” marcará a primeira vez que Casarosa, que escreveu e dirigiu o conhecido curta-metragem da Pixar, “La Luna”, dirigirá um longa-metragem, mas definitivamente ele esteve envolvido em muitos outros projetos da Pixar, incluindo “Viva: A Vida É Uma Festa”, “Up: Altas Aventuras e “Ratatouille”, nos quais ele atuou fazendo os stroyboards.

A história gira em torno do garoto e monstro marinho titular, Luca, que passa um verão inesquecível com seu melhor amigo Alberto, enquanto eles se descobrem enquanto vivem o verão de suas vidas em uma cidade que é violentamente contra seres como eles.

O próprio filme é descrito como “uma história de amadurecimento sobre um garoto experimentando um verão inesquecível, repleto de gelato, massas e passeios intermináveis ​​de scooter” com seu melhor amigo.

“Luca” está marcado para chegar aos cinemas e no Disney+ em 18 de junho. Mas não pense que sua assinatura do Disney+ será o suficiente, o filme estará disponível apenas pelo alto valor “adicional” de R$ 69,90 na sessão chamada de Premier Access, onde estreou títulos como “Raya e o Último Dragão”.

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