A diretora de “A Lenda de Candyman” prometeu que a releitura do clássico do terror de 1992 terá “muito mais da experiência negra”. O longa, que está em exibição nos cinemas, aborda a brutalidade policial, a gentrificação, a apropriação cultural e outros tópicos mais atuais do que nunca.
Falando com o Sun Times de Chicago, Nia DaCosta contou que queria “reimaginar” o conceito do filme original e explicou que a ideia do novo filme começou com os escritores Jordan Peele e Win Rosenfeld. “Eles tinham uma ideia muito forte de que queriam que o filme fosse mais expansivo do que uma reinicialização ou remake”, ela contou.
“Se vamos fazer ‘Candyman’, devemos fazer mais do que apenas copiar o que estava lá antes”, DaCosta explicou. “Quando comecei, era muito importante para mim fazer mais com a lenda e torná-la expansiva”.
“Acho que foi divertido para mim filmarmos o ponto de vista com menos Helen, mas muito mais da experiência negra”, DaCosta acrescentou.
“A Lenda de Candyman” não é exatamente o que costuma ser chamado de sequência, na verdade, o filme está mais para uma reimaginacao da franquia iniciada com “O Mistério de Candyman”, de 1992.
Considerado um marco cultural do gênero de terror, o filme é contado da perspectiva da estudante Helen Lyle (interpretada por Virginia Madsen), que foi para Cabrini-Green Homes, um projeto habitacional conhecido por violência devastadora, negligência e gentrificação, para sua pesquisa de tese.
Os filmes subsequentes não se saíram bem, mas o novo filme – considerado como uma “sequência espiritual” do primeiro filme – promete reestabelecer o conceito da história por trás da lenda. Aparentemente, muito mudou em relação a essa nova abordagem do conceito familiar, mas a invocação clássica de Candyman permanece a mesma.
“A Lenda de Candyman” gira em torno de um jovem artista envolvido com uma lenda de um misterioso assassino de gancho, conhecido como Candyman, quando ele se muda de volta para seu bairro de infância. O local, que antigamente costumava ser um projeto habitacional, agora é um complexo de condomínios gentrificados e habitado por millennials. Procurando uma maneira de revitalizar sua arte, ele começa a explorar os detalhes macabros da lenda de Candyman como uma nova fonte de inspiração para suas pinturas, abrindo assim sem saber “uma porta para um passado complexo que desafia sua própria sanidade e desencadeia uma onda de violência terrível que o coloca em rota de colisão com o destino”, segundo a sinopse.
A franquia de terror sobrenatural é vagamente baseada no conto de Clive Barker, “The Forbidden”, e começou com “O Mistério de Candyman”, de 1992, dirigido por Bernard Rose. Embora tendo apenas três filmes lançados até agora, o retrato de Tony Todd do espírito malévolo titular é amplamente considerado um dos personagens mais assustadores do gênero de terror.
Após mais de um ano de atraso devido às restrições relacionadas à pandemia, “A Lenda de Candyman” está agora em exibição nos cinemas.
