Seis livros do Dr. Seuss – incluindo “And to Think That I Saw It on Mulberry Street” e “If I Ran the Zoo” – deixarão de ser publicados por causa de imagens racistas e insensíveis encontradas nas páginas desses livros, anunciou a Dr. Seuss Enterprises, o negócio que preserva e protege o legado do autor e administra suas propriedades intelectuais. A decisão é como parte do compromisso da empresa em “apoiar todas as crianças e famílias com mensagens de esperança, inspiração, inclusão e amizade”.
“Para esse fim, a Dr. Seuss Enterprises, trabalhando com um painel de especialistas, incluindo educadores, revisou nosso catálogo de títulos e tomou a decisão no ano passado de cessar a publicação e licenciamento dos seguintes títulos: ‘And to Think That I Saw It on Mulberry Street‘, ‘If I Ran the Zoo‘, ‘McElligot’s Pool‘, ‘On Beyond Zebra!‘, ‘Scrambled Eggs Super!‘, and ‘The Cat’s Quizzer'”, pontua o comunicado da Dr. Seuss Enterprises. “Estes livros retratam pessoas de maneiras que são erradas e dolorosas; A cessação das vendas desses livros é apenas uma parte do nosso compromisso e nosso plano mais amplo para garantir que o catálogo da Dr. Seuss Enterprises represente e apoie todas as comunidades e famílias”.

Os livros do Dr. Seuss – nascido Theodor Seuss Geisel em Springfield, Massachusetts, em 2 de março de 1904 – foram traduzidos para dezenas de idiomas e também em braille e são vendidos em mais de 100 países em todo mundo. Suas história sobreviveram com o passar do tempo e foi adaptada para filmes, séries e animações. Ele morreu em 1991.
Além de 2 de março ser o aniversário do Dr. Seuss – o escritor e ilustrador faria 117 este ano -, a data também é o Dia Nacional da Leitura nos EUA. Esse conjunto de datas faz com que professores, pais e alunos escolham algum clássico de Seuss para o feriado literário, embora a National Education Association “tenha mudado do popular autor infantil Dr. Seuss para se concentrar em diversos livros infantis”, de acordo com o USA Today.
Embora as histórias do Dr. Seuss sejam adoradas por milhões em todo o mundo pelos “valores positivos” em muitas de suas obras como, incluindo ambientalismo e tolerância; críticas têm crescido nos últimos anos sobre a forma como negros, asiáticos e outros são retratados em alguns de seus livros infantis mais amados, bem como em suas ilustrações e visuais anteriores de publicação e propaganda.
O atual presidente dos EUA, Joe Biden, não fez menção ao Dr. Seuss em sua proclamação oficial do National Read Across America Day – um desvio notável de seus dois predecessores: Barack Obama e Donald Trump. “A leitura nos informa, nos capacita e nos ensina as lições da história”, escreveu Biden. “Isso nos ajuda a dar sentido ao mundo como ele é – e nos inspira a sonhar com o que ele poderia ser. Estudos também mostram que a leitura melhora nossa memória, nos ajuda a resolver problemas e até mesmo reduz a chance de desenvolver distúrbios cognitivos como como Alzheimer no futuro. E com o livro certo em mãos, a leitura pode nutrir não apenas nossas mentes, mas também nossas almas”.
Nos dois títulos mais populares da lista de livros do Dr.Seuss que deixarão de ser publicados, algumas das imagens insensíveis inclui em “And to Think That I Saw It on Mulberry Street”, por exemplo, um asiático retratado usando um chapéu cônico, segurando um hashi e comendo em uma tigela; enquanto “If I Ran the Zoo” inclui um desenho de dois homens africanos descalços vestindo o que parecem ser saias de gramas e outros detalhes esteriotipados.
O autor vendeu mais de 650 milhões de cópias em todo o mundo. Alguns dos livros mais icônicos de Dr. Seuss inclui “Ovos Verdes e Presuntos”, que além de estar no topo da lista dos livros mais vendidos do autor foi adaptada para uma série animada da Warner Bros. original da Netflix; “O Gato do Chapéu” é extremamente popular e foi adaptado para um filme horrível de 2003; e, claro, “Como o Grinch roubou o natal” que é imensamente popular e foi adaptado várias vezes para filmes e um especial de TV – a animação da Illumination, “O Grinch”, fez mais de US$ 500 milhões em bilheterias.


