Helen Reddy, cantora de “I Am Woman”, morreu aos 78 anos

Por Redação Categoria Nerd
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Helen Reddy, uma cantora australiana que marcou diversos sucessos na década de 1970, e cujo o hit “I Am Woman” se tornou um hino feminista no movimento desta mesma década, morreu em Los Angeles na tarde de terça-feira, quando tinha 78 anos de vida.

Sua morte foi anunciada no Facebook por seus filhos, Traci Donat e Jordan Sommers. “É com profunda tristeza que anunciamos o falecimento de nossa amada mãe, Helen Reddy, na tarde de 29 de setembro de 2020 em Los Angeles. Ela foi uma mãe, avó maravilhosa e uma mulher verdadeiramente formidável”.

Não faz muito tempo desde que uma adaptação cinematográfica sobre sua vida chegou, com o filme estrelado por Tilda Cobham-Hervey, contando parte da história de Helen a partir do momento que ela chega a Nova York em meados dos anos 60, ao lado de sua filha de três anos. Este filme cobre vários dos momentos mais marcantes da vida real da cantora, incluindo quando ela consegue um contrato com uma grande gravadora, emplaca canções de sucesso nessa época e cria “I Am Woman”, a música que dá nome ao filme, posteriormente levando um Grammy.

Enquanto “I Am Woman” foi de longe a canção mais marcou a carreira de Reddy, ela também obteve sucesso com outros sucessos, incluindo “Delta Dawn”, “Angie Baby”, “Leave Me Alone (Ruby Red Dress)” e “Ain’t No Way to Treat a Lady”.

Reddy nasceu em Melbourne, na Austrália, em 25 de outubro de 1941, e começou a se apresentar enquanto ainda era uma criança. Quando ela tinha 24 anos e era uma mãe solteira, ela ganhou um concurso de talentos da TV australiana; com o prêmio sendo uma viagem a Nova York e a chance de fazer um teste para um contrato de gravação com a Mercury Records.

Ela não conseguiu, mas ficou nos Estados Unidos e começou a fazer uma carreira pop. Em 1968, ela conheceu seu futuro marido e empresário, Jeff Wald, que estava lidando com bandas como The Turtles, para mais tarde ela conseguir a chance de gravar um single através da Capitol Records. Enquanto a faixa do lado A fracassou, o lado B se tornou em um sucesso inesperado, levando o cover de “I Don’t Know How to Love Him” ​​do musical Jesus Christ Superstar ao 13º lugar nas paradas da Billboard em junho de 1971.

Este foi o início de uma série de sucessos da cantora, que um ano depois lançou “I Am Woman”, que ressoou com o público em todo o mundo em meio ao movimento de libertação das mulheres nos EUA. Foi um sucesso no mesmo ano em que a Emenda de Direitos Iguais foi aprovada no Senado dos EUA.

Em 2014, Reddy explicou em uma entrevista para a Houston Public Media, que a frase da música veio a ela e simplesmente não queria desgrudar. “Repetidamente”, ela lembrou, “’Eu sou forte, sou invencível, sou mulher’. E eu pensei, bem, isso tem que ser uma música'”.

Ela escreveu a letra com o compositor Ray Burton, enquanto Jeff Wald (agente e marido de Helen) convenceu a Capitol Records que a música deveria ser lançada. Falando com a NPR, ele disse que um executivo da gravadora ficou irado com a faixa. “‘Essa porcaria da liberdade feminina vai matá-la'”, Wald relembrou o que foi dito na época. “‘Por que você está deixando sua esposa fazer essas coisas?'”

Eles mantiveram seu produto, com o próprio Wald levando a música para uma pequena estação de rádio nos arredores de Washington sabendo que a música ressoaria com o público. Mesmo que em passos lentos a música obteve seu sucesso e espaço.

Em dezembro de 1972, era o número 1 nas paradas da Billboard, e Reddy levou para casa um Grammy por melhor desempenho vocal por uma artista feminina naquele ano; Em seu discurso ela agradeceu à todos os envolvidos e à Deus: “Porque ela torna tudo possível” – você pode ver abaixo:

Não muito tempo depois, Reddy foi inspirada a começar a se afastar da indústria da música por conta do enorme sucesso que “I Am Woman” se tornou: “Essa foi uma das razões pelas quais eu parei de cantar, foi quando me mostraram um livro escolar de história moderna americana e um capítulo inteiro sobre feminismo – e meu nome e minhas letras (estavam) no livro”, ela contou em entrevista à CBS News. “E eu pensei: ‘Bem, eu faço parte da história agora. E como faço para superar isso? Não posso superar isso’. Então, foi uma retirada fácil”.

Depois disso ela voltou a cantar, se certificando que não estivesse anulando seu sucesso anterior: “Uma das razões pelas quais estou voltando a cantar é porque não estou fazendo grandes sucessos”, explicou Reddy. “Estou fazendo as músicas que sempre amei. Muitas são versões de álbuns que nunca foram tocadas, e são músicas lindas”.

“Nossos corações estão partidos”, pode-se ler na declaração dos filhos de Helen Reddy. “Mas nós nos confortamos em saber que sua voz viverá para sempre”.

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