Mark Zuckerberg alega que “não há nenhum tipo de acordo” com Donald Trump

Por Redação Categoria Nerd
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O CEO do Facebook, Mark Zuckerberg está chamando de “ridícula” as especulações que estão circulando há meses de que sua empresa teria um acordo obscuro com mandatário dos EUA, Donald Trump, visto que sua abordagem tem ajudado o político.

“Eu também ouvi essa especulação, então deixe-me esclarecer: não há nenhum tipo de acordo”, ele alegou em entrevista à Axios. “Na verdade, toda a ideia de um acordo é bastante ridícula”.

Mark Zuckerberg enfrenta críticas pelo que seria um “tratamento especial” ao atual mandatário dos EUA, Donald Trump. Foto/Bloomberg

Isto é o que ele está dizendo em relação as crescentes críticas sobre o relacionamento da empresa com o político.

A NBC News informou no ano passado, que Trump recebeu Zuckerberg para um jantar não-divulgado na Casa Branca. Isso aconteceu apenas uma semana depois que ele fez um discurso confirmando que o Facebook não verificaria anúncios políticos, “dando licença a Trump para compartilhar vídeos, anúncios e postagens enganosas na rede social”, conforme analisa publicação do The Verge.

“Desde então, o presidente e seus apoiadores aumentaram os limites da generosidade do Facebook, compartilhando vídeos de campanha adulterados e mentiras sobre cédulas por correio”, acrescenta a publicação.

“Aceitei o convite para jantar porque estava na cidade e ele é o presidente dos Estados Unidos”, Zuckerberg continuou com suas alegações. “Pelo que vale, eu também tive várias refeições e reuniões com o presidente Obama, tanto na Casa Branca quanto fora dela, incluindo a realização de um evento para ele na sede do Facebook”.

Donald Trump foi eleito o 45º presidente dos EUA, depois de Barack Obama. Foto/The Intercept

A recusa do Facebook em remover certas publicações, como a resposta de Trump à morte de George Floyd e aos protestos contra a brutalidade policial e o racismo (“quando a pilhagem começa, o tiroteio começa”), não saiu barato para a empresa – já que várias empresas dizem estar parando de anunciar na rede social.

Com ou sem acordo, um relatório recente do The Washington Post, mostrou que Zuckerberg está moldando as regras do Facebook para se adequar ao discurso de Trump há algum tempo. Em 2015, quando Trump começou a atrair apoiadores como candidato, ele postou um vídeo no Facebook no qual dizia que queria proibir a entrada de muçulmanos nos Estados Unidos. Na época, o vídeo indignou muitos funcionários da empresa que disseram ter violado as políticas da empresa para o discurso de ódio, mas Zuckerberg finalmente deixou o vídeo por causa de sua “dignidade de notícia” – um padrão que se tornaria norma em 2016.

Isto é bem interessante, visto que no ano passado o Facebook foi notícia quando em uma ação um tanto quanto suspeita removeu o vídeo da senadora Elizabeth Warren no qual ela questionava e criticava o poder da empresa.

Isso tudo significa que para o Facebook quando for Trump, e apenas ele, fazendo um discurso promovendo o ódio contra algum grupo de pessoas, isso não será classificado como ofensivo ou preconceituoso, mas sim “dignidade de notícia”.

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