Gal Gadot, a estrela de “Mulher-Maravilha”, defendeu assumir o papel da governante egípcia Cleópatra em um novo filme de Patty Jenkins, apesar das polêmicas de branqueamento. Ela explica não se trata de apropriação cultural, uma vez que a rainha egípcia seria da macedônia, então ela, como uma atriz israelense poderia interpretá-la. Além disso, Gadot afirmou que deseja “celebrar o legado de Cleópatra” no filme, independente de sua raça.
“Em primeiro lugar, se você quiser ser fiel aos fatos, então Cleópatra era macedônia”, disse Gadot à BBC Árabe. “Estávamos procurando uma atriz macedônia que se encaixasse em Cleópatra. Ela não estava lá e eu estava muito apaixonada por Cleópatra”.
“Tenho amigos de todo o mundo, sejam eles muçulmanos, cristãos, católicos, ateus, budistas ou judeus, é claro”, continuou a atriz judia. “Pessoas são pessoas, e comigo quero celebrar o legado de Cleópatra e homenagear este incrível ícone histórico que eu tanto admiro”.
Gadot concluiu dizendo que outros cineastas e atores podem enfrentar Cleópatra com suas próprias adaptações para o cinema se tiverem um problema com sua interpretação, acrescentando: “Você sabe, qualquer um pode fazer este filme e qualquer um pode ir em frente e fazê-lo. Estou muito entusiasmado por fazer o meu também”.
Cleópatra era macedônia ou egípcia?
Cleópatra, nascida na antiga capital egípcia, Alexandria, foi a última governante da dinastia fundada pelo general macedônio de Alexandre, o Grande, Ptolomeu, cujos descendentes governaram o Egito por 300 anos. Curiosamente, não parece haver um consenso histórico oficial sobre a verdadeira etnia de Cleópatra. O que se sabe é que ela era descendente de Ptolomeu I Sóter, um rei grego-macedônio. No entanto, as origens étnicas da mãe de Cleópatra não são tão claras.
Embora há muito tempo ela seja retratada em Hollywood como uma pessoa branca, novas evidências mostraram que provavelmente Cleópatra era mestiça. Enquanto algumas fontes afirmavam que sua mãe deve ter sido grega macedônia, como seu pai, novas evidências sugerem que ela pode ter sido pelo menos parte africana.
Agora isso significa que mesmo que suas origens não estejam claras, as representações de Cleópatra evidenciam que Hollywood tem um longo histórico de branquear civilizações antigas. Conforme observa publicação da Vogue, Gadot é uma em uma longa linha de atrizes de Hollywood que interpretaram Cleópatra, incluindo Elizabeth Taylor, Claudette Colbert e Vivien Leigh – todas atrizes brancas.
Mas isso vai além, muito além de Cleópatra. Outros exemplos de branqueamento vão desde a infame atuação de Jake Gyllenhaal, conhecido como o ex da Taylor Swift, como protagonista em “Príncipe da Pérsia”, e ainda mais, os exemplos podem ser encontrados na representação de Jim Caviezel como Jesus em “A Paixão de Cristo”, do infame diretor e ator Mel Gibson.
Isso levanta questões sobre o que significa para a nossa visão de mundo quando todos os grandes estúdios retratam todas as grandes civilizações, amplamente consideradas como as predecessoras da sociedade moderna, como sendo moldadas por figuras brancas e brancas.
Sobre o novo filme da Cleópatra
O lançamento de “Mulher-Maravilha 1984” marca a segunda colaboração da diretora Patty Jenkins com a estrela Gal Gadot, mas definitivamente não será a última. E não estamos falando de “Mulher-Maravilha 3”, mas sim de um drama histórico sobre Cleópatra da Paramount Pictures, no qual Gadot estrelará no papel da governante egípcia e Jenkins dirigirá.
Este projeto foi adquirido pela Paramount Pictures, marcando como o primeiro grande projeto da nova presidente da corporação de mídia, Emma Watts, como o Deadline tendo informado que os direitos do filme foram adquiridos pela Paramount depois de lances da Universal Pictures, Warner Bros., Netflix e Apple.
O filme será escrito por Laeta Kalogridis, cujo os créditos incluem “Altered Carbon”, “Alita: Anjo de Combate” e “Ilha do Medo”. Além disso, Charles Roven, produtor de “Mulher-Maravilha” está atuando como produtor do longa.
Um nome que passou na história por mais de dois mil anos, Cleópatra é uma persona encharcada tanto de mitologia quanto de fato histórico. Descendente da linhagem de Ptolomeu no antigo Egito, ela era uma herdeira improvável ao trono, dadas as reivindicações de seu irmão mais novo e marido técnico, Ptolomeu XIII, bem como várias irmãs.
No entanto, sua capacidade de alinhar-se com o general romano e cônsul Júlio César – cujo exército invadiu o Egito devido a uma guerra civil romana em curso – levou-a a eventualmente desenvolver os aliados militaristas e políticos necessários para destronar e possivelmente assassinar seu irmão mais novo e marido; Com este processo, ela se tornou na última monarca do Egito.
Atualmente podemos ver Gadot mais uma vez como Diana Prince em “Mulher-Maravilha 1984”, que está sendo exibido nos cinemas (e em breve no HBO Max aqui mesmo no Brasil!). No mundo além da DC, a estrela tem muitos projetos pela frente. Ela está estrelando o próximo filme de assalto da Netflix, “Red Notice”; e também está definida para assumir outra protagonista de um grande filme de ação descrito como uma versão feminina de James Bond.
