Diretor de “Godzilla vs. Kong” explica porque Godzilla era mais animalesco

Por Redação Categoria Nerd
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O diretor de “Godzilla vs. Kong”, Adam Wingard, explicou o motivo do comportamento mais primitivo de Godzilla no filme de enorme sucesso da Warner Bros. Pictures. Ao longo do filme, Godzilla adota uma personalidade mais animalesca do que o MonsterVerso tinha mostrado anteriormente em “Godzilla” e “Godzilla: Rei dos Monstros”.

Enquanto os filmes anteriores retrataram Godzilla como uma força neutra que apenas intervia nos assuntos humanos para preservar a ordem natural das coisas, o novo filme, no entanto, adiciona uma dimensão diferente ao personagem, o tornando muito mais ágil e violento.

Sobre a mudança de comportamento de Godzilla, o diretor foi questionado durante uma sessão de perguntas e respostas no Reddit e explicou que a escolha de mostrar Godzilla de quatro durante a batalha climática, aconteceu por que Godzilla estava “tão chateado no final que ele vai direto ao animal em Kong”, Wingard explica. “Acho que mais do que qualquer coisa, seu ego ficou machucado quando Kong o acertou no rosto com aquele machado e ele estava pronto para acabar com isso”.

A representação de Godzilla em “Godzilla vs. Kong”, da Warner Bros. e Legendary. Foto: Divulgação

Wingard também revelou que o desejo de ver um Godzilla mais animalesco veio dos primeiros testes dos efeitos visuais do longa, dizendo que “foi o grande momento em que Godzilla subiu no porta-aviões antes que Kong o socasse e Godzilla tivesse uma qualidade rastejante animalesca lá também”. “Lembro-me do produtor Eric McLeod me dizendo que achava muito legal ver Godzilla ficando mais primitivo assim e isso ficou comigo”, ele contou. “Sabíamos que queríamos vê-lo deprimido e sujo daquele ponto em diante”.

Curiosamente, “Godzilla vs. Kong” marcou a primeira vez em que o grande Godzilla foi capaz de agir dessa forma. Dos três Kaiju presentes no filme (incluindo o Mechagodzilla da Apex), Godzilla é o único que exibe a habilidade de se mover nos quatro membros.

Embora essa possa parecer apenas um pequeno detalhe para alguns, isso pode ser significativo para a história do personagem e também para parte do legado das origens tokusatsu da franquia. Como observa o ScreenRant, a representação de Haruo Nakajima no traje de Godzilla em 1954 cimentou Godzilla como uma criatura bípede, e o andar icônico do monstro permaneceu inalterado em todas as versões de live-action desde então.

Isso também sinaliza como a Warner Bros. e a Legendary não tem medo de mexer com alguns dos aspectos mais estabelecidos e conhecidos de um personagem tão icônico quanto o Godzilla. Quando uma franquia tem tantos anos quanto a de Godzilla tem, mudanças podem ser necessárias para evitar que a “fórmula” se torne obsoleta.

Legendary e Warner Bros. deram início ao MonsterVerse em 2014 com uma reinicialização do “Godzilla”, um filme que abriu o caminho para uma nova visão de King Kong através do “Kong: A Ilha da Caveira”. O capítulo subsequente veio em 2019, quando “Godzilla 2: Rei dos Monstros” chegou aos cinemas e ajudou a configurar de uma forma muito maior o MonsterVerse.

Godzilla e King Kong se encaram em poster de “Godzilla vs. Kong”, do MonsterVerse da Warner Bros. e Legendary. Foto: Warner Bros. Pictures

Situado logo após os acontecimentos de “Godzilla”, “Kong: Ilha da Caveira” e “Godzilla: Rei dos Monstros”, o mais novo longa do MonsterVerse é ambientado “em um mundo novo onde o homem e o monstro coexistem agora, Monarch deve liderar o caminho para um futuro próspero ao lado dos Titãs, mantendo a humanidade sob controle. No entanto, facções rivais que querem manipular os Titãs para a guerra começam a surgir sob o disfarce de conspiração nefasta, ameaçando acabar com toda a vida do planeta. Enquanto isso, na Ilha da Caveira, uma atividade sísmica estranha chama a atenção de Godzilla e Kong”.

Quando Godzilla começa a atacar uma instalação da Apex no início do filme, os humanos ficam se perguntando por que seu aliado Kaiju estava aparentemente atacando lugares aleatoriamente. Madison (Millie Bobby Brown) sabia que nada era o que parecia e se juntou ao podcaster de conspiração de Brian Tyree Henry, Bernie, para descobrir a verdadeira razão pela qual Godzilla estava visando as instalações da Apex. Quando eles descobrem que a Apex está construindo seu próprio Titã, fica claro que eles estão em apuros.

Na luta no final do filme, Mechagodzilla se liberta de seus controladores humanos e tenta derrubar Godzilla ele mesmo. Embora não fosse páreo para Kong e Godzilla, ele se manteve firme por um bom tempo e é fácil ver o porquê nessa nova arte conceitual. Aliás, até que Kong aparecesse para ajudar Godzilla para derrubá-lo, MechaGodzilla parecia estar prevalecendo.

Quando vimos Godzilla pela última vez em “Godzilla 2: Rei dos Monstros”, de 2019, ele derrotou o rei de três cabeças Ghidorah e todos os outros monstros revividos do mundo, e também conhecidos como “Titãs”, estavam se curvando a seu rei, que havia alcançado uma espécie de anti-herói também com a frágil raça humana que ele acabara meio que salvar.

O plano original era para que o MonsterVerse visse Godzilla e King Kong se enfrentando em um crossover épico, que seria lançado em março de 2020, uma data que acabou sendo alterada muito antes da pandemia destruir o calendário de lançamento. Mais tarde, o filme teve sua estreia marcada para novembro daquele mesmo ano, antes que fosse adiado para 21 de maio de 2021 devido à pandemia em curso, para finalmente ser totalmente adiantado para 26 de março, antes de ser adiado para 31 de março.

O adiantamento do filme veio após a resolução de um acordo da WarnerMedia (proprietária do HBO Max e da Warner Bros. que detém 25% deste filme) com a Legendary (o estúdio que financiou os outros 75% do longa), que tiveram um pequeno desentendimento sobre o lançamento simultâneo do filme nos cinemas e no streaming. Assim como todo o catálogo de lançamentos da Warner Bros., que inclui títulos como “Matrix 4” e “Duna”, o novo capítulo MonsterVerse estreou simultaneamente nos cinemas e no HBO Max, que será lançado em 29 de junho deste ano no Brasil.

Adam Wingard, o diretor de filmes de terror como “Você é o Próximo” e “O Hóspede”, bem como a adaptação da história em quadrinhos “Death Note” da Netflix, assume as funções de diretor aqui. Millie Bobby Brown e Kyle Chandler reprisam seus papéis de “Godzilla 2”, com Alexander Skarsgard, Rebecca Hall e Brian Tyree Henry estrelando como novos personagens.

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